Há falta de padres no Alto Minho e por isso a diocese de Viana vai formar diáconos permanentes

Anunciou o bispo João Lavrador

A diocese de Viana do Castelo vai iniciar em 2023 a formação de diáconos permanentes para responder a falta de padres nas 291 paróquias espalhadas pelos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo.

O anúncio foi feito pelo bispo João Lavrador, na noite de quarta-feira, durante o primeiro jantar de Natal que promoveu com a imprensa do concelho de Viana do Castelo.

O bispo explicou que a diocese “é a única” no país que ainda não implementou a figura do diácono permanente, prevista na lei da Igreja.

Além de responder à falta de sacerdotes, João Lavrador defendeu que a medida vai permitir uma igreja mais aberta às comunidades

A diocese de Viana do Castelo, a mais recente do país, foi fundada através de uma bula do beato Paulo VI, publicada a 03 de novembro de 1977, e abrange os 10 concelhos do Alto Minho, integrando 291 paróquias e cerca de 120 sacerdotes.

De acordo com a nota pastoral de João Lavrador, hoje consultada pela agência Lusa no sítio oficial da diocese na Internet, o perfil do diácono permanente pode ser conferido a “homens de idade madura, mesmo casados” e a “jovens idóneos”, sendo que em relação a estes últimos “permanece em vigor a lei do celibato”.

Os candidatos devem ter “maturidade psíquica, capacidade de diálogo e de comunicação, sentido de responsabilidade, diligência, equilíbrio e prudência”.

Podem ser diáconos permanentes homens solteiros a partir dos 25 anos e casados com mais 35 anos.

Para “além da estabilidade da vida familiar, os candidatos casados não podem ser admitidos sem o consentimento da mulher”.

Já os viúvos, sendo ordenados diáconos, “mesmo os de idade mais amadurecida, são inábeis para contrair matrimónio, em virtude da disciplina tradicional da Igreja”.

O ministério de diácono permanente é exercido no contexto da diocese à qual pertence e na qual foi ordenado e é realizado gratuitamente.

Será ainda nomeada uma equipa diocesana coordenadora para o Diaconado Permanente “para dinamizar, acompanhar o processo de escolha, dialogar com o Instituto Católico sobre o plano de estudos, proporcionar a formação espiritual, atender ao discernimento, apresentar os candidatos ao Bispo diocesano, e proporcionar a formação permanente dos diáconos permanentes.

No jantar de Natal com os jornalistas do concelho, João Lavrador adiantou ter reunido, nas últimas semanas com os 10 presidentes de Câmara e com os provedores das misericórdias do distrito de Viana do Castelo.

Aos autarcas, o bispo de Viana do Castelo apelou à inventariação e recuperação do património religioso e para a necessidade de travar a desertificação do território, sustentando a sua preocupação nos dados do Censos 2021.

Do diálogo “interessante e aberto” que manteve com os provedores das misericórdias, João Lavrador destacou a “preocupação” daqueles responsáveis em relação à eutanásia.

“É preciso cuidar para que não seja necessária”, disse o bispo de Viana do Castelo, defendendo o reforço da rede de cuidados paliativos.

Outras das preocupações que os provedores apresentaram a João Lavrador prende-se com a saúde mental, área que “precisa de mais respostas” no distrito.

O bispo de Viana do Castelo adiantou que as misericórdias de Ponte de Lima e Arcos de Valdevez já dispõem de respostas na área da saúde mental, mas são necessárias mais estruturas no distrito.

 
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