O presidente da Federação de Ginástica de Portugal, Luís Arrais, afirmou hoje que o TeamGym é uma das variantes do desporto com “maior margem de crescimento”, ao perspetivar o 13.º Campeonato da Europa, que vai decorrer em Guimarães.
O evento vai decorrer entre 01 e 04 de dezembro no pavilhão multiusos da cidade minhota, com 435 atletas de 14 países, entre os quais 36 portugueses, e o dirigente federativo realçou que Portugal ‘agarrou’ com “as duas mãos” a hipótese de realizar a competição referente a uma disciplina em ascensão, inicialmente marcada para 2020, em Copenhaga (Dinamarca), e adiada devido à covid-19.
“Devido a todos os problemas da covid-19, a Dinamarca não conseguiu organizar [a competição]. E a European Gymnastics [União Europeia de Ginástica] deu-nos a possibilidade de fazermos [o Europeu] […]. É uma das disciplinas que tem maior margem de crescimento. É extremamente atrativa, extremamente divertida e tem aqui uma grande margem. Vamos continuar a promovê-la”, declarou, na conferência de imprensa de apresentação do Europeu.
Luís Arrais disse ainda que os atletas lusos vão procurar os “primeiros lugares” em qualquer uma das três competições em que vão entrar – a prova sénior masculina, a prova sénior mista e a prova júnior mista -, tendo estimado que o TeamGym agrega mais de 500 atletas num universo de mais de 20 mil ginastas federados no país.
Dois dos representantes portugueses no Campeonato da Europa são Leonor Forjaz e Manuel Vilarinho, atletas do Ginásio Clube Português que vão participar na competição sénior mista, que reúne seleções de 10 elementos – cinco masculinos e cinco femininos.
Cada seleção vai ter de fazer a prova de solo, que reúne os 10 ginastas numa “dança com elementos de dificuldade pelo meio”, a de ‘tumbling’, em que saltam três atletas masculinos e três femininos de cada seleção, um de cada vez, e a de minitrampolim, cujo funcionamento é semelhante à de ‘tumbling’, explicou Leonor Forjaz.
Presente pela segunda vez no Campeonato da Europa, a ginasta disse ainda que a preparação foi “chata” devido às “restrições” que a covid-19 impôs a treinos que têm de ser em equipa, tal como Manuel Vilarinho, que sublinhou as “muitas complicações” para treinar, antes da sua estreia neste patamar.
Com a Suécia, a Grã-Bretanha, a Itália e a Finlândia como adversários, Portugal já está apurado para a final, uma vez que a fase decisiva reúne seis equipas, e Manuel Vilarinho reconheceu que, apesar de existirem “surpresas”, o principal objetivo é “fazer uma prova limpa” e superar a Itália, numa competição em que a equipa sueca é a “mais forte”.
O ginasta frisou ainda que o objetivo mais imediato da variante TeamGym é o de “arranjar o máximo de pessoas possível a nível mundial para crescer e sonhar ser disciplina olímpica”.
Presente em Guimarães, a diretora-geral da União Europeia de Ginástica, Lisa Worthmann, elogiou a “experiência” da FGP na organização de eventos, ainda para mais depois do cancelamento do campeonato na Dinamarca, e o pavilhão multiusos, pela proximidade entre ginastas e público, e vincou que o TeamGym é ainda uma disciplina “jovem”, que precisa de “crescer na Europa e no mundo”.
Já o vereador da Câmara Municipal de Guimarães para o desporto, Nelson Felgueiras, defendeu que o evento é um “reconhecimento” da capacidade de organização do concelho e um contributo para a dinamização da economia local, face às 600 a 700 pessoas que integram as várias “comitivas” presentes.