Guimarães mais perto de ser Capital Verde Europeia

Foto: CM Guimarães / Arquivo

O município de Guimarães está entre os três finalistas candidatos a Capital Verde Europeia 2025, foi hoje anunciado.

Foram dez as cidades candidatas.

O prémio reconhece os esforços locais para construir centros urbanos mais sustentáveis e, assim, melhorar a economia e qualidade de vida das populações.

Guimarães junta-se a Graz (Áustria) e Vilnius (Lituânia) na reta final da corrida, que terminará em Tallinn, na Estónia – Capital Verde Europeia 2023 –, com o anúncio, em 05 de outubro, do resultado final da competição.

Antes da decisão final, cada uma das cidades finalistas terá de se apresentar a um painel de jurados para dar a conhecer a sua visão de sustentabilidade e estratégia de governança e de comunicação, caso venha a ser a escolhida para Capital Verde 2025.

A cidade vencedora receberá 600 mil euros para implementar a sua estratégia e incentivar cidadãos e ‘stakeholders’ a desempenhar um papel ativo no desenvolvimento sustentável dos centros urbanos.

O apoio financeiro e a atribuição do título Capital Verde Europeia visam premiar as conquistas das cidades mais sustentáveis da Europa, após uma avaliação baseada em sete indicadores: qualidade do ar, qualidade da água, biodiversidade e uso sustentável do território, desperdício e economia circular, poluição sonora, mitigação das alterações climáticas e adaptação às alterações climáticas.

Caminho para a sustentabilidade é “um trabalho coletivo”

Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães, relembra que o caminho da sustentabilidade ambiental começou já em 2013: “Foi o grande desafio que abraçámos até hoje – proteger a biodiversidade, propor uma economia baseada nos princípios da ecologia, aumentar as áreas verdes, limpar os rios, melhorar a qualidade da água e do ar, investir numa mobilidade mais suave e descarbonizada e em territórios e comunidades com uma consistente consciência ecológica. E tudo isto com o desenvolvimento, com as empresas, com a cultura, com as escolas, com as juntas de freguesia”.

Citado em comunicado da autarquia, o autarca felicita o reconhecimento atribuído a um “trabalho coletivo, inovador, bem explicado”, reforçando a necessidade de continuar este caminho e de mostrar “que Guimarães é uma cidade inspiradora para a ação das cidades nas políticas ambientais”.

“Guimarães é uma cidade que pensa, que se foca e que cria condições para a realização dos seus objetivos” – são as palavras de Adelina Pinto, presidente do Laboratório da Paisagem, vice-presidente do Município de Guimarães e vereadora responsável pela candidatura a Capital Verde Europeia.  

“A criação do Laboratório da Paisagem, em 2014, um espaço dedicado ao Ambiente, que alia investigação, educação e intervenção no território, permitiu um caminho inovador, assente na investigação, um caminho educador, assente no PEGADAS e na educação ambiental e um caminho de intervenção direta no território, juntamente com as associações, com as juntas de freguesia, com as Brigadas Verdes e com as empresas”, refere.

A responsável destaca “o papel deste trabalho conjunto – para o qual contribuíram instituições parceiras, técnicos municipais e especialistas – na criação do ecossistema para uma mudança efetiva no território”. 

Virginijus Sinkevičius, Comissário Europeu para o Meio Ambiente, Oceanos e Pescas, sublinha: “Com a maior parte dos europeus a viver em áreas urbanas, as cidades são essenciais para fazer frente a uma crise tripla de alterações climáticas, poluição e perda de biodiversidade”. O Comissário aproveita para felicitar as cidades finalistas, descrevendo-as como “pioneiras e a prova de que é possível ser sustentável e oferecer uma maior qualidade de vida, gerando espaço para a biodiversidade e construindo resiliência face aos efeitos das alterações climáticas”.

Recorde-se que o reconhecimento surge depois de, em 2017, Guimarães ter alcançado o quinto lugar na disputa pelo título. Ao longo dos últimos anos, o município tem reforçado a aposta em projetos que promovam o desenvolvimento sustentável da cidade e que contribuam para melhorar a qualidade de vida dos residentes. A candidatura apresentada este ano, coordenada pelo Laboratório da Paisagem, destaca a importância de um modelo de governança integrador e multidisciplinar – Ecossistema de Governança 2030 –, assente no compromisso com a neutralidade climática, com a educação e sensibilização ambiental e com a preservação da biodiversidade.

Em caso de vitória, Guimarães tornar-se-ia a segunda cidade portuguesa premiada, depois de Lisboa ter recebido o título em 2020.  

 
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