A Associação de Veteranos Lanceiros de Portugal (AVLP), com sede em Guimarães, foi, este sábado, condecorada com a ordem militar de São Sebastião, dita da Frecha, fundada, pelo rei D. Sebastião, em 1554. Esta ordem entrou num período de letargia, a partir de 1578, com a morte do rei que a criou, na Batalha de Alcácer Quibir e foi restaurada, em 1994, por Filipe Folque de Mendonça, terceiro na linha de sucessão do que se chama “Ramo Dinástico Constitucional da Casa Real de Portugal”.
“Querendo dar um público testemunho da lealdade com que a mesma associação dedica aos membros da Linha Dinástica Constitucional da Casa Real de Portugal; hei por bem, fazer mercê de a condecorar com a Comenda Honorária da Ordem Militar de São Sebastião, dita da Frecha”, assim se lê no diploma que acompanha a insígnia que a AVLP recebeu, numa cerimónia realizada, este sábado, na Capela do Palácio da Bemposta (Academia Militar), em Lisboa.
Receberam a condecoração, em nome dos Veteranos Lanceiros de Portugal, o presidente da associação Fernando Rego e o sócio número um, Pedro Guerreiro. Na mesma ocasião, foi também agraciado o presidente da mesa da Assembleia Geral da AVLP, coronel João Vareta, com grau de comendador.
Lanceiros sempre estiveram próximos da Monarquia Constitucional
A proximidade dos Lanceiros com a monarquia constitucionalista vem desde a sua fundação, em 1833, pelo Exército Liberal. O quartel onde esta unidade veio a instalar-se, depois da vitória na Guerras Liberais, era antes ocupado pelo Regimento de Cavalaria nº2 (miguelista), que foi extinto. Apesar de ser um regimento muito aristocrático e de se ter batido pela causa monárquica, esta unidade não foi extinta pela República, sendo apenas renomeada como Regimento de Cavalaria nº2. A unidade veio recuperar o direito a usar o nome de Regimento de Lanceiros, em 1948.
Quando a Polícia Militar foi criada, em 1953, a missão foi atribuída ao RL2, pelo seu reconhecido aprumo, apego à disciplina e respeito pelas tradições castrenses. Esta missão de formação de Polícias Militares/Polícias do Exército mantem-se até hoje.
Para aqueles que acreditam que a sucessão se deveria fazer pelo ramo de Loulé, ou seja, através dos descentes de D. Ana de Jesus Maria, filha mais nova do rei D. João VI, Pedro José Foque Mendonça é o legítimo herdeiro da coroa portuguesa. O processo pelo qual, os partidários desta causa afirmam que a família Loulé foi afastada, de forma a atribuir uma posição privilegiada a Duarte Pio de Bragança na sucessão da coroa portuguesa, está explicado no livro “A verdadeira Casa Real Portuguesa”, de Alfredo Côrte-Real, lançado em julho passado.