O Tribunal de S. João Novo, do Porto, condenou hoje a dois anos de prisão, suspensos por igual período, uma militar da GNR de Mondim de Basto que respondeu pelo crime de insubordinação por ameaças ou outras ofensas, por ter apontado uma pistola, carregada e municiada, a um superior hierárquico.
A guarda fica, ainda, obrigada a pagar-lhe mil euros de indemnização, bem como 30 euros, a despesa de uma consulta de psicologia que teve de fazer, após o ato.
A acusação, dada como provada, refere que Carla Fernandes apontou a pistola ao guarda principal Luís Borges, seu chefe de patrulha, em pleno posto da GNR em Mondim de Basto. Tê-lo-á feito, em maio de 2018, após uma discussão em que caiu ao chão.
Empurrão
A arguida diz que levou um encontrão no ombro que a fez tombar, mas a versão do colega é a contrária, a de que foi ela que caiu após lhe ter dado um empurrão.
Outros dois militares do posto corroboram a versão do guarda principal. Na primeira audiência, a militar disse que o guarda Borges a importunava, com atitudes de cariz sexual, como a de a “tentar beijar” ou de “tentar meter-lhe a mão entre as pernas quando iam numa viatura da Guarda. O que este nega, dizendo que ela, exaltada, o insultou, chamando-lhe “burro”, e o ameaçou, sem razão aparente.
Os factos ocorreram na noite de 19 para 20 de maio de 2018, no posto, quando ambos iam para uma patrulha, depois de terem estado 15 horas em serviço, pago, no rali de Portugal. Patrulha que ficou sem efeito.