A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) conhece muito poucos casos de escolas encerradas devido à greve dos trabalhadores não docentes, que estima que volte a afetar mais as escolas de 1.º ciclo.
“Pedi aos diretores que me indicassem o que se passa nas suas escolas e, neste momento, com base nos relatos que recebi de todo o país, do norte ao sul, o grosso está a funcionar normalmente”, contou à Lusa Filinto Lima, presidente da ANDAEP, a quem a Lusa pediu às 10:00 um primeiro balanço do impacto da greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).
Filinto Lima salientou que estas greves têm sempre mais impacto nas escolas do 1.º ciclo, uma vez que é onde há mais falta de funcionários e, por isso, “basta um ou dois trabalhadores fazerem greve para já não ser possível abrir a escola”.
“Neste momento tenho apenas conhecimento de uma escola encerrada na zona de Lisboa”, acrescentou.
A Lusa recebeu relatos de algumas escolas fechadas em Coimbra, como a EB 2/3 Eugénio de Castro, no centro da cidade.
Fez também uma ronda pelos ‘sites’ de vários agrupamentos de escolas, desde escolas de Lisboa, como o agrupamento de Portela e Moscavide, a Miranda do Corvo ou Aver o Mar, onde se podem ler notas dos diretores a avisar as famílias da marcação de greve e possível “encerramento parcial ou total de algumas escolas do agrupamento”, mas sem a atualização até este momento do que se passa agora.
Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem o aumento do salário mínimo para 1.000 euros, o aumento do subsídio de refeição para 10,50 euros ou a reposição e valorização de todas as carreiras.
À Lusa, também Cristina Torres, do STAL, disse não ter um balanço do impacto da greve, sublinhando que o sindicato está a tratar o dia de hoje “como um dia de manifestação e não de greve”.
“Sabemos que vai ser um dia de greve muito participado e com impacto, mas não convocámos uma greve para fechar escolas ou serviços das autarquias. Convocámos a greve para permitir que os trabalhadores possam participar na manifestação que vai começar agora em Lisboa. Até poderemos ter aqui trabalhadores da região de Lisboa que estejam na manifestação e depois vão trabalhar”, contou a sindicalista.
A manifestação começa no Jardim da Estrela, em direção ao Largo do Rato, seguindo depois até à Assembleia da República (AR) e terminando com uma concentração no Jardim das Francesinhas, situado junto à AR.
Os funcionários das escolas têm agendada uma outra greve nacional a 4 de outubro, dessa vez convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais que exigem melhores condições de trabalho e aumentos salariais.