A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, sublinhou hoje que as vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande “jamais serão esquecidas”, e disse que o memorial ainda não foi inaugurado oficialmente por não ter sido possível conciliar uma data.
“O Governo está a articular com a Comunidade Intermunicipal [CIM] da Região de Leiria e com a associação das vítimas uma data oportuna para procedermos à inauguração do memorial”, disse Ana Abrunhosa, em declarações à Lusa sobre a obra do arquiteto Eduardo Souto Moura que abriu na quinta-feira, junto à Estrada Nacional 236-1, na zona de Pobrais, Pedrógão Grande, com o nome das 115 vítimas mortais dos fogos de 2017.
Embora o memorial tenha sido aberto ao público, não houve uma cerimónia de inauguração. De acordo com Ana Abrunhosa, tal aconteceu porque “não se conseguiu conciliar datas”.
“A breve prazo, quando tivermos uma data conciliada faremos uma cerimónia de inauguração, para também homenagearmos as vítimas”, disse.
A ministra, em nome do Governo, pede que o país se foque “no essencial”: “Não esquecemos ninguém”.
“Jamais as vítimas do trágico verão de 2017 serão esquecidas. O memorial é uma prova disso. É apenas simbólico, mas o que conta é todo o trabalho que depois de 2017 fizemos na prevenção e no combate aos incêndios, para evitar que jamais o verão de 2017 se repetisse”, referiu.
Os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, e que alastraram a concelhos vizinhos, provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos noutras 253, sete das quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
A maioria das vítimas mortais foi encontrada na Estrada Nacional (EN) 236-1, que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, junto à qual foi erguido o memorial.
Ana Abrunhosa recordou que “todos os anos, nesta data, o Governo, a convite, participa nas cerimónias que homenageiam as vítimas dos incêndios de Pedrógão”.
“Este ano, não tivemos conhecimento de qualquer cerimónia, não tivemos qualquer convite, e por isso não esteve nenhum membro do Governo no terreno”, explicou.
Ana Abrunhosa sublinhou que o Governo “sempre foi ao terreno sempre que foi convidado”, lembrando que “este ano não houve cerimónias públicas” e contando que ligou hoje a todos os presidentes das câmaras locais e à presidente da associação Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG), “dando um forte abraço e solidariedade por este dia, que marca a dor de muitos anos e que certamente nunca passará”.
A ministra reforçou que “o mais importante aqui é que a obra está feita e a memória da tragédia está preservada e o Governo está profundamente empenhado em que não se volte a repetir algo parecido ao verão de 2017”.
“Foquemos no essencial: No respeito pelas vítimas, no respeito pelas famílias, e queríamos mais uma vez sublinhar que as vítimas não foram esquecidas e que marcaremos presença, mal tenhamos uma data articulada”, reiterou.
Em outubro de 2017, apenas quatro meses depois da ‘tragédia de Pedrógão’, outros incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.