Governo anuncia 3,8 milhões para o Parque Nacional da Peneda-Gerês

Até 2028
Foto: CM Ponte da Barca

A ministra do Ambiente anunciou hoje um financiamento de 3,8 milhões de euros, através do Fundo Ambiental, a oito projetos de preservação e valorização do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) nos cinco municípios que o integram.

“São 3,8 milhões de euros de projetos do Fundo Ambiental para cinco municípios do PNPG, mais um protocolo com a associação que gere o parque e com o projeto Biopolis, projeto científico de excelência do Centro de Investigação da Universidade do Porto”, explicou Maria da Graça Carvalho.

O PNPG ocupa uma área de 69.693 hectares e abrange território dos concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, Terras de Bouro, no distrito de Braga, e Montalegre, no distrito de Vila Real.

A ministra do Ambiente e Energia, que falava aos jornalistas na Porta do Mezio, em Arcos de Valdevez, uma das cinco portas de entrada no PNPG, referiu que os projetos apoiados representam “um conjunto integrado, envolvendo os cinco municípios, as autoridades locais, regionais e nacionais para proteger e valorizar o PNPG”.

Destacou ainda os projetos relacionados com o reforço de segurança para os visitantes do parque, apostando “essencialmente na prevenção”.

“Ao longo dos caminhos [queremos] ter a certeza que as pessoas estão protegidas. Com proteções físicas, mas integradas no ambiente, nas zonas mais difíceis, como precipícios para que se evitem os acidentes que têm existido”, sublinhou.

Maria da Graça Carvalho acrescentou que os projetos visam também a proteção e recuperação de caminhos, casas florestais e a criação da Branda Científica de São Bento do Cando pelo Biopolis, “o maior projeto europeu” nesta área.

O Biopolis é coordenado por um consórcio que junta o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, a Universidade de Montpellier, em França, e a Porto Business School.

O projeto desenvolverá ações não só para o PNPG, mas também para a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, assim declarada, em 2009, pela UNESCO.

A Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés está localizada na Galiza e no Alto Minho, unindo, do lado português, o PNPG ao Parque Natural Baixa Limia – Serra do Xurés, no lado galego.

Para a ministra, o projeto de investigação científica, que em Arcos de Valdevez passa pela transformação de seis edifícios da branda de São Bento de Cando, na freguesia da Gavieira, em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), em centro de investigação científica, “vai tirar partido da riqueza da biodiversidade” que resultará “em mais conhecimento na área e na exportação desse conhecimento através de alunos de doutoramento ou pós-doutoramento”.

As casas antigas da branda de São Bento do Cando, onde se cumpria a transumância (mudança sazonal dos agricultores e seus rebanhos para locais que oferecem melhores condições durante uma parte do ano) vão, este ano, começar a ser recuperadas e reconvertidas em alojamento para estudantes de doutoramento e investigadores, laboratórios, auditório, residência artística, entre outros espaços.

No discurso que proferiu durante a sessão de assinatura dos protocolos de financiamento dos projetos, o presidente da comissão de cogestão do PNPG, João Manuel Esteves, sublinhou que a branda científica “vai fazer toda a diferença para o PNPG ao permitir exportar conhecimento em matérias fundamentais como as alterações climáticas, ecossistemas, entre outras áreas”.

“A branca científica de São Bento de Cando vai alavancar o desenvolvimento do PNPG”, frisou, reforçando a importância daquele território onde “há oito mil anos existe interação entre o homem e a natureza”.

João Manuel Esteves, também presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, pediu à governante “mais apoios” para o PNPG e a “simplificação da legislação de licenciamento urbanístico”.

Na resposta, Maria da Graça Carvalho disse estar em preparação o plano 2025/2028 de uma forma mais integrada, não só com o financiamento base, que já vem do passado, mas também financiamento adicional para restauro da natureza, para os baldios.

“Numa perspetiva multianual e multifundos, estamos a preparar uma resolução do Conselho de Ministros para a cogestão deste parque e das outras áreas naturais”, apontou.

Segundo a ministra, o investimento hoje anunciado é para aplicar até 2028.

 
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