Governo agradece a Espanha e lamenta perda de vidas e património

Pelo apoio no combate aos incêndios
Incêndio em Cepães, Fafe. Foto: Ivo Borges / O MINHO

O secretário de Estado da Agricultura expressou hoje, em Cáceres, “sinceros agradecimentos” ao executivo espanhol perante o apoio dado no combate aos incêndios, lamentando as vidas e o património ambiental destruído.

“Penso que será o primeiro encontro de um membro do Governo de Portugal, estando presente um membro do Governo de Espanha, quero dar os mais sinceros agradecimentos a Espanha pela colaboração que nos está a dar nestes momentos difíceis que se estão a passar em Portugal. Morreram bombeiros, cidadãos, muitos animais, destruíram-se hectares de culturas, florestas e, em poucos dias, destruiu-se património ambiental que é de todos e que tanto custou a conquistar e preservar”, afirmou João Moura, no encerramento do Congresso Ibérico Agropecuário e Florestal (CIAF), que decorre em Cáceres, Espanha.

João Moura justificou também a ausência do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, que havia confirmado a sua presença no congresso, com o facto de estar a decorrer, em Portugal, uma reunião do Conselho de Ministros para adotar um conjunto de medidas para fazer face às consequências dos incêndios florestais.

O governante exaltou as relações bilaterais com Espanha, vincando que estas foram evidenciadas pelos bombeiros, pelos militares e pela solidariedade do executivo espanhol.

Durante a sua intervenção, o secretário de Estado da Agricultura falou também sobre as emissões de carbono, assegurando: “Não somos devedores, antes pelo contrário, somos credores”.

João Moura notou que, ao longo de centenas de anos, os agricultores foram os “grandes guardiões do meio ambiente”, preservando os ecossistemas do país.

“Queria dizer a todos os agricultores que tenho muito orgulho na nossa agricultura e que o Governo de Portugal está disponível e aceita o desafio da ASAJA [Associación Agraria Jóvenes Agricultores] e da CAP [Confederação dos Agricultores de Portugal] para nos sentarmos à mesa, com frequência, e delinearmos estratégias relativamente aos problemas comuns. Quero dizer que tenho muito orgulho em ser português, mas também não quero esconder que tenho orgulho em ser ibérico”, concluiu.

Sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam perto de 76 mil hectares.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

 
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