A Fundação Bienal de Arte de Cerveira ficou sem qualquer financiamento no âmbito do programa de apoio sustentado da DGArtes. Apesar das circunstâncias, “foi decidido avançar com a 20.ª edição da Bienal de Arte mais antiga do país e da Península Ibérica, por forma a assinalar e dignificar os 40 anos deste evento que promove de forma distinta a arte contemporânea e a cultura portuguesa a nível nacional e internacional”, afirmou a vice-presidente, Margarida Barbosa.
“A decisão da DGArtes obrigou a constrangimentos financeiros, tendo tido também como consequência uma revisão orçamental por parte da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira”, sublinhou a mesma responsável.
Meses depois de anunciados os resultados finais do programa de apoio sustentado da Direção-Geral das Artes (DGArtes), várias companhias que viram os seus financiamentos reduzidos ou excluídos dizem estar a adaptar as estruturas ou a reduzir as programações.
Para Jorge Silva Melo, diretor dos Artistas Unidos (AU), sediados em Lisboa, os atrasos nos subsídios e as indecisões da DGArtes fizeram de 2018 “a pior temporada teatral” que a companhia conhece.
“Perdemos técnicos a quem não conseguimos garantir salário – estamos a trabalhar só com um técnico -, perdemos atores apalavrados a quem não conseguimos garantir datas de trabalho e vencimento, anulámos espetáculos, tivemos de fechar o Teatro da Politécnica em março-abril, e não chegámos a estrear uma peça de Pau Miró que queria dirigir, perdemos locais de apresentação de espetáculos no segundo semestre, pois muitos não conseguiram aguardar pela nossa confirmação e anularam a proposta de coprodução ou apresentação”, sublinhou Jorge Silva Melo em declarações à agência Lusa.
Segundo o diretor dos AU, a companhia ficou também impossibilitada de programar 2019, uma vez que em julho já devia estar a calendarizar produções no espaço da Politécnica e fora dele, além de que ainda estão hesitantes sobre o que irão apresentar em novembro/dezembro deste ano.