O Ministério Público de Braga está a investigar uma funcionária da Câmara Municipal local que é suspeita de cobrar 400 euros para garantir êxito às candidatas nos concursos autárquicos anuais para auxiliares de educação nas escolas do concelho. Fonte ligada ao processo adiantou que o caso deve envolver 10 pessoas, as quais dizem que pagaram aquela quantia ou foram abordadas para o fazer.
A investigação, por suspeita de corrupção em entidade pública, corre na PJ de Braga onde – ao que apurámos – as queixosas começaram a ser ouvidas esta semana. A mesma fonte adiantou que as testemunhas dizem que terão sido aliciadas pela dita funcionária municipal, de quem terá partido a iniciativa. Se o magistrado aceitar a tese, pode ser que evitem ser acusadas de corrupção ativa.
Pelo menos num caso, revelado a O MINHO, a candidata pagou, em 2020, aquele montante e não conseguiu ser admitida no concurso.
Contactado a propósito, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, do PSD, revelou que chegou ao seu gabinete uma queixa de uma cidadã, que referia ter pago uma quantia a uma encarregada de limpeza, para lhe garantir o emprego.
“Além da abertura de um inquérito interno para fins disciplinares, que está a correr, comunicámos o facto ao Ministério Público”, adiantou, dizendo desconhecer se a pessoa em causa é a mesma e qual a dimensão do caso em investigação. Já a vereadora Olga Pereira, que então geria os Recursos Humanos adiantou que, de seguida, apareceu uma denúncia idêntica de outra mulher que teve o mesmo rumo.
Uma outra fonte revelou a O MINHO que, quando confrontada com a denúncia, a dita funcionária atirou as culpas para uma Diretora, sua superior, dizendo que o dinheiro era para ela. Esta negou a acusação e sentiu-se “muito ofendida” pelo que fez uma queixa-crime por difamação, ao Ministério Público, o qual pediu à PSP local que investigue o caso.
Deste modo, várias dentre as queixosas foram ouvidas na queixa-crime por difamação, havendo, portanto, dois inquéritos a decorrer, um na PJ e outro na PSP.