A União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, de Braga, deliberou, no sábado, avançar com uma candidatura da Sé Catedral e do seu entorno a Património Mundial da UNESCO, projeto que visa a valorização do monumento do século XII e, também, a criação de condições para que “a bagunça acabe” na zona.
Em declarações a O MINHO, o presidente da junta Luís Pedroso disse já ter comunicado a intenção ao Deão do Cabido, Cónego José Paulo Abreu que concordou com a ideia.
“A candidatura competirá à Arquidiocese mas a União de Freguesias quer contribuir para o seu arranque”, disse.
A Junta decidiu, também, adquirir dois aparelhos de medição de ruído para oferecer à PSP e à Polícia Municipal de Braga.
“Na sexta e no sábado, nas festas da Noite Branca, havia dois DJ (disk-jokeys) na Rua Dom Paio Mendes e no Campo das Hortas, com cinco agentes da PSP a guardar a zona, mas sem nada para medir o som”, sublinhou.
O autarca acrescenta que “os moradores calculam que o volume de som tenha atingido, às três horas da manhã, os 90 decibéis, quando o máximo legal é de 55”.
Dois DJ’s ao mesmo tempo
O autarca, que, conforme O MINHO noticiou, interpôs na última quarta-feira uma providência cautelar no Tribunal Administrativo – rejeitada depois pelo juiz – critica o Município por “nada fazer” para acabar com o “martírio” que os residentes suportam, não só com as várias festas da cidade, mas também ao fim de semana.
“Não bastava um DJ, eram dois ao mesmo tempo”, lamentou, dizendo que quer a freguesia quer a Associação de Moradores se têm reunido com a Câmara, mas sem resultados práticos.
A este propósito, avisa que, se o Município nada fizer, entrará a ação principal no Tribunal visando a proibição do ruído no exterior, ou seja, pondo fim às licenças especiais que a permitem.
“Continuo a pertencer à Coligação Juntos Por Braga e quero que vença as Autárquicas de 2025. Mas o que se passa aqui já é demais”, acentuou.
Críticas à Associação Empresarial
Luís Pedroso critica, ainda, a Associação Empresarial de Braga (AEB), dizendo que “esquece” que há lojas relevantes a fechar no centro histórico.
“Essa é a sua missão, não a de promover o desassossego dos habitantes”, sublinha.
O MINHO contactou a Câmara que não se pronunciou. Já o diretor-geral da AEB, Rui Marques disse que o organismo apoia todas as atividades relevantes para a economia local.
“Não descuramos nenhuma! E não é verdade que haja muitas lojas a fechar, e até são mais as que abrem do que as que encerram no centro da cidade”, retorquiu, dizendo que a crítica do autarca nem merece resposta.
Sobre o prejuízo que os bares darão à qualidade de vida dos residentes da Sé, Rui Marques contrapõe que “a cidade é conhecida a nível nacional pela sua dinâmica, incluindo a da área comercial, mas fazendo-o numa postura de equilíbrio, como sucedeu na última Noite Branca”.