A fortaleza de Valença, candidata a património mundial da Unesco recebeu, em 2015, mais de dois milhões de visitantes, “revelando-se um dos grandes fatores de atratividade turística de Portugal”, anunciou esta quarta-feira a Câmara local.
Em comunicado, a autarquia sublinhou que, no ano passado, aquele monumento “bateu todos os recordes” de visitantes, recebendo, “entre 01 de janeiro e 31 de dezembro mais de dois milhões pessoas, e justificou aquela afluência de público com a “oferta patrimonial, histórica, comercial e cultural” e a “ampla programação anual”, promovida naquele centro histórico.
Como exemplos, a autarquia apontou eventos como a Fortaleza de Chocolate e Valença Cidade Presépio, em dezembro, a Festa dos Reis, em janeiro, a Fortaleza dos Namorados, em Fevereiro, o Festival Gastronómico Sabores da Aldeia e a Fortaleza com Maias, ambos em abril, entre outros.
“As visitas noturnas temáticas e com recriações históricas, alusivas aos momentos mais marcantes da vida e vivências da fortificação, levam o visitante a conhecer e a vivenciar momentos únicos”, destacou ainda a autarquia.
Os mais de dois milhões de visitantes foram registados pelo sistema de leitura em tempo real, instalado em janeiro de 2015 nas principais portas de acesso à Fortaleza, contabilizando quer o número de entradas de pessoas a pé, quer de viaturas.
Com três pontos de leitura pedonal e um de viaturas, aquele sistema de contagem, que custou cerca de 11 mil euros, foi instalado no âmbito do processo de candidatura da fortificação a Património da Humanidade da Unesco.
A fortaleza de Valença, monumento nacional, candidata a Património da Humanidade, assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.
Com avanços e recuos, o processo de candidatura da fortaleza a Património de Interesse Cultural para a Humanidade chegou a ser anunciado no âmbito de um projeto em conjunto com o centro histórico de Tui, na Galiza, e mais tarde enquadrada com outras estruturas do género em Portugal.
No entanto, face ao atraso que se verificou nestes processos, a Câmara de Valença decidiu, em setembro de 2011, avançar sozinha, aguardando ainda pela decisão final.
A fortaleza desempenhou um papel preponderante na defesa dos ataques de Espanha e chegou a receber cerca de 3.500 homens, em dois regimentos do Exército. A presença militar só terminou em 1927, com a saída do último batalhão do Exército.