“Fomos muito inseguros”

Imagem: FC Famalicão

 

Declarações após o Famalicão – Estrela da Amadora (0-0), jogo da 26.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Municipal de Famalicão:

– João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Fomos uma equipa muito insegura, com um jogo muito inseguro. Fomos intranquilos e sofremos, no meu sentido, com um sentimento de incapacidade. Sabíamos o que era preciso fazer, mas não estávamos a conseguir fazer. Foi um jogo de sofrimento desde o primeiro lance do jogo até ao apito final. Nunca estabilizámos o aspeto emocional da equipa para depois, no jogo, criar possibilidades de marcar e vencer. Tivemos poucas oportunidades de golo e consentimos poucas ao adversário, a não ser em lances de bola parada, nos quais tivemos dificuldades.

Fomo-nos defendendo com situações em que a equipa não é forte. Foi um jogo difícil para nós, muito sofrido, mas revela um bocadinho o contexto emocional da equipa. A fase não é boa, mas também revela a enorme vontade dos jogadores. Essa vontade está a criar insegurança, porque os jogadores querem muito ganhar, querem muito jogar, e as coisas não estão a acontecer.

Os assobios [dos adeptos] são normais. A equipa é jovem, a mais jovem da I Liga. Se juntarmos as personalidades dos nossos jogadores, quer a nível humano, quer a nível desportivo, temos uma equipa introvertida, que acusa um bocadinho os maus momentos e até os bons momentos. Quando marcávamos, tínhamos em dificuldade em conter a reação da equipa adversária. Isso é difícil trabalhar. Os jogadores estão a crescer. Hoje, claramente, notou-se muita intranquilidade. Quando somos profissionais de futebol, temos de saber controlar essas situações.

A equipa não pode suportar alterações [táticas]. Tem estes dois sistemas, dos quais não vai abdicar. Temos duas semanas para treinar o próximo jogo da I Liga. Podemos beneficiar com esta paragem para trabalhar os níveis de confiança para regressar às vitórias, mas, se não for às vitórias, pelo menos à qualidade no nosso jogo. As vitórias são o principal objetivo, mas temos de melhorar o nosso jogo.”

– Sérgio Vieira (treinador do Estrela da Amadora): “Era um jogo difícil, conta uma equipa que tem qualidade, com o apoio dos seus adeptos, a querer reverter uma fase menos conseguida. Preparámos bem o jogo, fomos organizados, fomos confiantes. Tentámos, em todos os momentos, fazer um jogo superior ao do Famalicão e conseguimos, numa análise a olho nu. Foi pena não termos conseguido fazer golos e levar os outros dois pontos. Mas foi bom o nível de entrosamento, cada vez melhor. Pela atitude de coragem de querer mandar no jogo e de querer ser superiores ao Famalicão, além das análises estatísticas, merecíamos ter ganhado os três pontos.

Eu não senti isso da nossa parte [de dar cada vez mais importância ao ponto à medida que se aproxima o fim do campeonato]. A nossa equipa nunca quis despejar bolas e tentou sempre ligar o jogo. O Famalicão até tentou procurar mais vezes as bolas longas para o Cádiz e os extremos, e o seu ADN até nem é esse. É o de tentar ligar bem o jogo. A nossa equipa estava bem organizada. Inconscientemente, os jogadores podem dar-se satisfeitos com um ponto, mas tentámos dominar.

Infelizmente, estamos nessa luta [pela permanência]. É um desafio para nós alcançar os objetivos e eventualmente o de ser pragmáticos quando os adeptos gostam de ver futebol. A instabilidade no início da época tirou-nos 10 a 12 pontos que seriam justos. Mas o mais importante não é olhar para essa tabela e para os adversários, mas para nós. A posição na tabela é um dado, serve para avaliar o que está a ser feito, mas o mais importante é o trabalho diário para evoluir até ao último jogo.

No próximo jogo, a história será outra. O nosso adversário, Sporting, será fortíssimo. Temos de avaliar o que temos de fazer para conquistarmos os três pontos.”

 
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