“Focamo-nos agora no primeiro objetivo, a II Liga”

Paulo Alves, treinador do Moreirense, após a eliminação da Taça da Liga

Declarações após o Moreirense – Arouca (1-2), jogo dos quartos de final da Taça da Liga de futebol, disputado hoje no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos (Guimarães):

Paulo Alves (treinador do Moreirense): “Cada jogo tem a sua história, tem os seus pormenores, as suas circunstâncias. Não foi dos melhores jogos que fizemos, mas foi um jogo dividido e os jogadores trabalharam muito. Faltou-nos alguma acutilância em termos ofensivos.

Na segunda parte, até parecia um jogo relativamente controlado, sem grandes oportunidades nossas e sem grandes oportunidades do Arouca. O primeiro golo do Arouca acaba por nos intranquilizar. Temos de estar mais vivos naquela zona, em que qualquer desvio pode ser fatal. Foi esse o caso. No segundo golo, houve uma série de ressaltos que isolou o jogador do Arouca. O jogo foi decidido nos detalhes. Depois, houve muito ‘coração’, mas não houve cabeça.

Ficámos pelo caminho. Os jogadores queriam continuar na prova, mas focamo-nos agora no primeiro objetivo, a II Liga.

Com o percurso que estávamos a fazer, tínhamos a perspetiva de continuar no caminho das vitórias, mas temos de colocar os pés no chão, de ser realistas e objetivos. Defrontámos um adversário tranquilo no seu campeonato, com jogadores bons, que aproveitou os detalhes. Nada a apontar à minha equipa. Os jogadores lutaram e correram.

Este jogo não belisca o nosso trabalho. Vamos receber o Estrela da Amadora no último dia do ano [de 2022]. Já os vencemos para a Taça da Liga, mas isso não significa rigorosamente nada. Temos de procurar o sucesso e as vitórias com determinação, realismo e objetividade. (…) Com mais ou menos inspiração, a equipa vai lutar para ganhar sempre.”

Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Sabíamos o que íamos encontrar. O Moreirense, na sua casa, não tinha perdido. Tinha oito vitórias e um empate [com o FC Porto B]. O grau de dificuldade iria ser elevado num jogo equilibrado. Tínhamos de estar ligados ao jogo e de puxar pelo melhor que o Arouca consegue fazer.

O Moreirense acaba por entrar muito bem. Tem um golo anulado em fora de jogo. Depois começámos a ‘pegar’ no jogo, criando situações próximas da baliza do Moreirense. Faltou frieza na decisão e no último passe. Quando nada o faria prever, sofremos um golo de penálti.

Ao intervalo, foi importante puxar a equipa para cima. Não há nenhuma eliminatória resolvida aos 45 minutos. Tínhamos todas as condições para dar a volta ao resultado. O Moreirense acaba por valorizar a passagem do Arouca. Não me parece que o Moreirense seja uma equipa de II Liga.

[Apuramento para a ‘final four’] é um sentimento de algo que nos pertencia, por todo o trajeto que fizemos. O trabalho está a ser bem feito. Estas vitórias dizem-nos que estamos no bom caminho. Isto é o culminar não de uma época, mas de três épocas à frente do Arouca.

Quem olha para o nosso trajeto, apercebe-se que somos uma equipa competitiva. Provavelmente a percentagem de vitória que temos no primeiro jogo [meia-final com o Sporting] é reduzida, mas existe. Enquanto existir, não vamos desistir. Estamos onde gostaríamos de estar. É um feito inédito para o Arouca [atingir a ‘final four’].

Estes três anos [a treinar a equipa] foram pensados para trazer alguma estabilidade ao Arouca. O Arouca esteve na Liga Europa [2016/17] e depois caiu para o Campeonato de Portugal. Queremos que o Arouca seja uma referência nas ligas profissionais.”

 
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