Filipe Melo acusado de mentir em tribunal

Foto: Chega / Arquivo

O deputado do Chega eleito pelo círculo eleitoral de Braga, Filipe Melo, foi acusado de mentir em tribunal num julgamento relacionado com o caso da ata de uma reunião do partido que estava desaparecida.

Foi, por isso, constituído arguido por “falsidade de depoimento ou de declaração” no Tribunal de Braga, como avança o jornal Expresso.

No âmbito daquele processo, Filipe Melo não apresentou a ata, dizendo “desconhecer se a mesma foi ou não feita”.

Porém, no decorrer da investigação criminal, a ata apareceu e tem a sua assinatura feita a caneta.

Como O MINHO noticiou, a referida ata levou a PSP a fazer uma busca na sede nacional do Chega. A ordem de busca foi dada por um juiz da Unidade Cível do Tribunal de Braga, depois de, em janeiro, em audiência de julgamento, e de acordo com fonte ligada ao processo, Filipe Melo ter dito que não havia ata nenhuma da reunião.

Fonte ligada ao processo salientou que, na altura, a Polícia não encontrou a dita ata da reunião.

A mesma fonte adiantou que, três meses depois da saída de José Moreira, em outubro, foi exonerada a vogal adjunta Maria Cardenas (mulher do vereador de Vila Verde, Fernando Feitor), e foi esta militante quem moveu uma ação cível no Tribunal Judicial contra o órgão distrital, liderado por Filipe Melo, deputado na Assembleia da República e candidato por Braga, exigindo a ata da reunião e argumentando que, a Comissão Política de Braga passou, desde esse dia, a funcionar sem quorum.

Disse que, a falta de quorum ocorreu dado que, em fevereiro do ano seguinte, se demitiram a vice-presidente Eugénia Santos, a vogal adjunta Manuela Carvalho Ribeiro, o tesoureiro Filipe Araújo, o secretário José Manuel Branco Osório e o vogal suplente Carlos Alberto Rodrigues Pizarro.

A ação judicial argumentava que, a Distrital funciona sem quórum, pois ficou apenas com quatro membros ativos, quando são necessários cinco membros para que haja quórum.

Disse que, por isso, o líder Distrital, Filipe Melo, foi ‘repescar’ o militante José Luís Moreira e não queria apresentar a ata de sua exoneração. A repescagem – sustentava – “é ilegal”.

Maria Cardenas acentuava que pediu a ata no dia 28 de março de 2022, e pela segunda vez, no dia 23 de abril, mas a Distrital recusou-se sempre a entregá-la.

Filipe Melo, que também lidera a comissão política distrital do partido, foi o cabeça de lista por Braga. O Chega elegeu quatro deputados, com mais de 93 mil votos (16%) no distrito.

 
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