Artigo de Amílcar Rodrigues
É já a partir desta quinta-feira, dia 03, e até ser bem hora do almoço de domingo, dia 06, que Viana do Castelo se enche novamente de fãs de música electrónica para aquela que já se tornou uma peregrinação anual.
Mas sejamos honestos, nunca uma edição suscitou tanto entusiasmo como esta que se avizinha. O Neopop já recebeu centenas de ilustres da cena electrónica, uns com mais carreira, outros a despontar, é certo, mas nunca ninguém de quem se pudesse dizer à boca cheia: se esta banda não tivesse existido, hoje não estávamos aqui presentes.
Fala-se, claro, dos alemães Kraftwerk, pioneiros da exploração da música homem-máquina, que sobem ao palco principal na noite de sábado para o seu espectáculo 3D. Depois de em 2015 o terem trazido ao Porto (Casa da Música) e a Lisboa (Coliseu dos Recreios) para dois concertos lotados e para um público tendencialmente diferente, desta feita Ralf Hutter, o único membro fundador em actividade, e os seus três comparsas, “aterram” no Forte da Barra para um espectáculo que se espera inesquecível. Logo a seguir, no mesmo palco e na mesma noite, há actuação, também live, de The Field. Presença assídua em Portugal — ainda em Março passado passou por Braga, para uma noite clubing no GNRation —, Axel Willner é um dos nomes grandes música electrónica dita mais dirigida ao eixo mais alternativo, “The Follower”, editado em 2016, com o selo Kompakt, continua a ser o disco que trará na bagagem, e espera-se que prolongue a festa que os Kraftwerk terão iniciado horas antes.
Ainda no plano dos Live Acts, destaque para a presença de Moderat. Se Modeselekor ou Apparat não serão propriamente novidade para os festivaleiros, a junção entre a dupla, Gernot Bronsert and Sebastian Szary, e Sascha Ring é também mais um acontecimento importante para o festival. Continuam a apresentar “III”, editado no ano transacto, e o qual levaram em grande estilo ao NOS Primavera Sound — um dos melhores concertos do certame — e mais tarde no ano, em Outubro, à LX Factory em, lá está, Lisboa. Actuam também na NEO Stage, mas já esta quinta-feira, primeiro dia do festival.
Na noite de sexta-feira, repleta de clássicos do techno, vamos poder ver e ouvir nomes como Loco Dice, Chris Liebing, Paco Osuna ou Danny Tenaglia, isto tudo no palco principal, mas para os fãs de vertentes do techno mais agressivas, a Anti Stage avizinha-se como um porto seguro, com DJ Stingray ou Paula Temple como grandes destaques.
Ao longo do festival, poderemos também rever Octave One (em live), Tale of Us — a fechar o festival —, DAX J, Zadig, Maceo Plex, Rodhad, entre muitos outros nomes, incluindo vários nacionais, quer conceituados, quer em ascensção, para mais uma celebração do melhor que a música techno tem para oferecer.
O passe para o festival cifra-se neste momento em 120 euros enquanto o bilhete diário custa 60, e podem ser adquiridos nos locais habituais.