A edição de 2021 dos Festivais Gil Vicente, em Guimarães, terá lugar entre 02 e 11 de junho, apresentando um total de seis peças de teatro contemporâneo, três das quais em estreia absoluta, anunciou hoje a direção do certame.
Em conferência de imprensa, o diretor artístico dos festivais, Rui Torrinha, disse que a programação encerra “várias formas de abordar o fim, com o objetivo de lançar outros começos”.
“O certame reflete o tempo que estamos a viver”, referiu.
Segundo Rui Torrinha, os festivais vincam a importância da nova geração do teatro e destacam-se pelo apoio às novas dramaturgias.
Em tempos de pandemia, os espetáculos têm início marcado para as 19:30, e vão decorrer com as normas decretadas pela Direção-Geral da Saúde, com as salas com lotação limitada a metade, com medição de temperatura à entrada e com uso obrigatório de máscara.
Também por causa da pandemia, esta edição não contará com as atividades paralelas que eram normais nas anteriores, como conversas com o público, oficinas e ‘masterclasses’.
O primeiro espetáculo está marcado para 02 de junho, com a companhia Sillyseason a apresentar “Fora do Campo”, uma peça que aborda a emancipação da mulher.
No dia seguinte, sobem ao palco Marco Mendonça, Eduardo Molina e João Pedro Leal, com a estreia absoluta de “Cordyceps”, um espetáculo que explora a possibilidade de um fungo infetar as pessoas, tornando-as manipuláveis.
No dia 04 de junho, a proposta é “A fragilidade de estarmos juntos”, também em estreia absoluta, uma espécie de dilema sobre a democracia interpretado por Miguel Castro Caldas, António Alvarenga e Sónia Barbosa.
Os espetáculos serão retomados no dia 09, com Lígia Soares e “Memorial”, uma peça que se passa no futuro e que lança um olhar retrospetivo para a atualidade.
“Off”, pela Mala Voadora, sobe ao palco no dia 10, para “vender” a ideia de que falar sobre o fim não é trágico, e pode mesmo ser motivo para celebrar um novo começo.
O pano dos festivais cai no dia 11, com Tiago Lima e a peça “Estou aqui”, uma reflexão sobre o excesso de informação dos tempos modernos, numa espécie de concerto entre o aborrecimento e a ‘stand-up comedy’.
Para a vereadora da Cultura na Câmara de Guimarães, Adelina Pinto, esta é uma edição que “provoca e convoca” o público para a reflexão sobre temas bem atuais, como a mulher, a democracia, o vírus e a imprevisibilidade do futuro.
“A cultura tem este papel de ajudar na reflexão sobre as coisas, a cultura tem de ser absolutamente transformadora e tem de ajudar a compreender o mundo”, afirmou.
Em 2020, por causa da pandemia, aquela que seria a 33.ª edição dos Festivais Gil Vicente foi cancelada, tendo os espetáculos programados sido transferidos para este ano.
Os palcos serão o Centro Cultural Vila Flor e o Centro Internacional das Artes José de Guimarães.