Farrangalheiros vão andar à solta em Melgaço

Tradição

Os Farrangalheiros, figuras típicas de Castro Laboreiro, em Melgaço e, pela primeira vez, os Folhateiros de Lobios, na Galiza, vão sair para as ruas do concelho português, no sábado, para celebrar, em conjunto, o Entrudo, foi hoje divulgado.

Em comunicado enviado às redações, a Câmara de Melgaço, adiantou que, este ano, volta a queimar-se o Entrudo, nas ruas da vila, recordando as tradições e costumes que em tempos animavam Castro Laboreiro.

Pela primeira vez, o evento organizado pelo município de Melgaço, em colaboração com a Associação Empresarial Minho Fronteiriço, vai contar com uma participação dos Folhateiros de Lobios, personagens tradicionais do Carnaval naquele município da Galiza.

Os festejos começam com o cortejo pelas ruas da vila de Melgaço, a partir das 17:00.

Os Farrangalheiros são figuras típicas do Entroido, assim designado pelos habitantes de Castro Laboreiro. O seu Carnaval, era uma das festas mais participadas da freguesia.

“Homens e mulheres vestiam o tradicional saiote castrejo tipicamente vermelho bordado ou decorado com cores garridas, as blusas e o lenço amarelo. O traje era composto pelo garruço, o objeto mais representativo do Entroido C(r)astejo, chapéus de cartão decorados com fitas e enfeites garridos que congregam uma renda que encobre o rosto dos Farrangalheiros”, explica o município.

Segundo a autarquia, “outrora havia diversão de sábado a terça-feira, com bailes e mascarados dispersos por vários recantos da vila, não faltando o tradicional cozido à portuguesa e doces típicos, tiros, bombas e foguetes que anunciavam a festa”.

Já os Folhateiros de Lobios “são as personagens tradicionais do Entrudo naquele município da Galiza, tradição recuperada em 2018 por iniciativa da Associação de Empresários e da empresa de animação Mira Xurés, com o intuito de trazer de volta esta identidade cultural do concelho”.

“Com recurso à memória viva da comunidade de Lobios, foram idealizados os trajes e a caracterização das personagens que tem como base todas as partes do milho, sobressaindo as folhas que envolvem as espigas, designadas, popularmente, por Folhatos – daí a origem do nome Folhateiros”, explica a associação, citada na nota.

Desde então, ainda com poucas apresentações públicas devido à situação pandémica, foi criada a Associação Folhateiros que tem promovido algumas ações de recuperação e divulgação desta memória.

Melgaço vai receber, no sábado, mais de uma dezena destas personagens para participar no cortejo do Entrudo que terminará no Largo Hermenegildo Solheiro, mostrando as suas máscaras e fantasias.

O “cortejo termina com o concurso intitulado Mascarados, onde o principal critério de avaliação será a identidade cultural da região (Melgaço e territórios transfronteiriços), numa lógica de promoção da identidade territorial e da cultura local”.

No final acontecerá a queima do Entrudo, “o boneco vestido de roupas velhas, sendo que aquele momento “representa a expulsão de todos os males e a purificação das mentes, e que os populares dizem simboliza também o desejo de que o inverno acabe e que a primavera comece”.

Além dos festejos carnavalescos, está ainda patente, até 31 de março, na Casa da Cultura, a exposição “BUUU | Por detrás da Máscara”.

Trata-se de “uma exposição sobre a máscara e os seus rituais que une a ancestral e tradicional simbologia deste património a uma visão contemporânea, colocando ao dispor do público trabalhos fotográficos que refletem a máscara como um elemento icónico e intemporal, que muitas vezes esconde o verdadeiro eu”.

A mostra, “uma organização conjunta da autarquia e a Progestur, apresenta fotografias de máscaras de Portugal, Espanha e Itália, registadas e partilhadas por excecionais fotógrafos, nacionais e internacionais”.

 
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