Os trabalhadores da fábrica de Vila Nova de Famalicão da multinacional alemã Continental Mabor concentraram-se hoje frente à fábrica para reivindicar um aumento salarial intercalar de 40 euros, para fazer face ao aumento do custo de vida.
Em declarações à Lusa, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras (SITE) do Norte Joaquim Costa disse que o aumento salarial no início do ano foi de “apenas” 6% e é “claramente insuficiente”.
“É um aumento claramente insuficiente, desde logo face aos 7,8% do crescimento do salário mínimo nacional”, referiu.
O sindicalista acrescentou que, com o aumento de 6%, os trabalhadores da Continental Mabor ficam a perder face a outros que trabalham “numa série de empresas” em que os salários cresceram “bem mais”.
“A nossa reivindicação é que se faça um aumento salarial intercalar, integrando no salário-base os 40 euros que a empresa atribui como prémio mensal para os trabalhadores que cumpram uma série de critérios, designadamente em termos de absentismo”, explicou.
Segundo Joaquim Costa, a fábrica de Famalicão tem cerca de 2.700 trabalhadores diretos, tendo em 2022 tido um lucro de 240 milhões de euros.
“Pensamos que há margem mais do que suficiente para o aumento salarial que pedimos”, disse ainda.
Os trabalhadores exigem ainda que a empresa tome medidas para prevenir o surgimento de doenças profissionais, como tendinites.
“Estão sujeitos a movimentos muito repetitivos e a uma grande intensidade da carga de trabalho, e muitos já acusam doenças profissionais”, garantiu Joaquim Costa.
A Lusa tentou ouvir a administração da Continental Mabor, mas ainda sem sucesso.