Vila Nova de Famalicão recebeu hoje o prémio de Região Europeia Empreendedora 2024, o que o presidente da câmara considerou uma prova da vitalidade económica do território e o reconhecimento do mérito das políticas públicas que estimulam o empreendedorismo.
O prémio foi recebido em Bruxelas por Mário Passos, no último dia da 156.ª reunião plenária do Comité das Regiões Europeu.
“É uma motivação extra, por forma a que, em Famalicão, o ecossistema empreendedor esteja cada vez mais robusto, musculado”, disse à agência Lusa o autarca.
Desta forma, o território conseguirá “enfrentar os desafios dos tempos, nomeadamente no que respeita à sustentabilidade ambiental, um pilar cada vez mais importante na evolução do tecido produtivo”, e à “modernização, por via da digitalização, robotização, automatização que as empresas de natureza industrial muito necessitam”, considerou.
Mário Passos falou ainda na necessidade de resiliência, porque “os tempos trazem ciclos económicos”.
“No âmbito destas três premissas, nós criámos um ecossistema que envolve muitos agentes”, como as empresas, a câmara municipal, os centros tecnológicos de investigação, as escolas de formação profissional e as universidades, disse.
Segundo o autarca, é “por via de uma interação entre todos estes agentes que a câmara municipal promove, incentiva e estimula” o ecossistema empreendedor, que assim fica “cada vez mais musculado” para acompanhar os tempos, “que são exigentes”.
Vila Nova de Famalicão é o primeiro território da região Norte de Portugal a integrar o grupo de cidades e regiões europeias com este galardão.
Mário Passos afirmou que o prémio “é o corolário de décadas de trabalho, dedicação e perseverança”, que teve vários protagonistas, aos quais agradeceu.
“É conhecido e reconhecido o ADN empresarial famalicense como um traço identitário do nosso concelho. Aqui surgiram, ainda no século XIX, algumas das primeiras unidades algodoeiras do país, que deram origem ao processo de industrialização em Portugal”, recordou.
Desde então, o território “tem sido um chão empresarial fértil onde têm germinado grandes marcas de referência nacional e internacional e onde setores como o têxtil, a metalomecânica, componentes para o automóvel e o agroalimentar souberam crescer, especializar-se e diferenciar-se”, frisou.
O autarca contou também que Vila Nova de Famalicão tem vindo a reforçar o posicionamento “como um dos municípios mais exportadores do país, estando em terceiro lugar no ‘ranking’ nacional”.
“Somos também um dos que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial nacional, estando neste ‘ranking’ em segundo lugar a nível nacional, com um excedente de quase mil milhões de euros”, acrescentou.
O “sucesso macroeconómico tem uma consequência óbvia ao nível do emprego”, frisou, lembrando que o concelho está “sempre abaixo das médias nacionais de desemprego”.
O autarca destacou a estratégia municipal “Do Made IN ao Created IN” (de transição da “produção de valor” para “criação de valor”) que tem vindo a ser desenvolvida.
“Está a promover a reconfiguração do perfil económico de Famalicão e reconhece as empresas que se destacam nos domínios da sustentabilidade, inovação, responsabilidade social e com isso contribuem para a competitividade, a geração de riqueza e criação de emprego qualificado”, explicou.