O Famalicão prolongou hoje a melhor série de resultados na atual edição da I Liga, ao golear um penoso Boavista por 5-2, num encontro da 11.ª jornada, em que materializou os habituais períodos de bom futebol com rara eficácia.
No Estádio do Bessa, um ‘bis’ do francês Simon Banza, aos 16 e 48 minutos, e os golos de Pedro Brazão, aos três, Alexandre Penetra, aos 44, e Pêpê Rodrigues, aos 72, conduziram os minhotos ao segundo triunfo na prova e ao 12.º lugar, com 10 pontos.
Já os portuenses, cuja noite de pesadelo foi minimizada pelos tentos do croata Petar Musa, aos 44 minutos, e do gambiano Yusupha, aos 74, e acentuada com as expulsões do norte-americano Reggie Cannon, aos 57, e do uruguaio Rodrigo Abascal, aos 90+3, continuam sem triunfar para o campeonato há oito rondas e seguem em nono, com 11.
Sem vencerem há quase dois meses e meio perante os seus adeptos, os ‘axadrezados’ optaram por modificar a estrutura tática, ao recuperarem uma defesa a quatro, tendo em conta o regresso aos relvados de Tiago Ilori, face à lesão de última hora de Javi García.
Só que, mal o ponteiro havia dado três voltas completas, já os famalicenses estavam a ganhar, com Heriberto a intercetar um passe atrasado de Tiago Morais e Simon Banza a atirar para defesa de Alireza Beiranvand, incapaz de suster a recarga de Pedro Brazão.
A vantagem madrugadora galvanizou o conjunto de Ivo Vieira, com Alex Nascimento e Iván Jaime de volta à titularidade, cuja abordagem impiedosa na invasão ao último terço voltou a fazer mossa perto do quarto de hora, punindo novo erro individual do Boavista.
Sobressaindo outra vez na recuperação, Heriberto desarmou Gaius Makouta e descobriu Pedro Brazão, que assistiu o sexto golo de Simon Banza, para ficar a um de igualar os portistas Mehdi Taremi e Luis Díaz no topo dos melhores marcadores do campeonato.
João Pedro Sousa, em noite de reencontro com o Famalicão, lamentava a tremenda passividade dos anfitriões, cenário que disseminou frustração nas bancadas e que Gustavo Sauer tentou contrariar, ao rematar para defesa atenta de Luiz Júnior, aos 19 minutos.
Depois do início arrasador, os minhotos foram gerindo o ritmo do jogo conforme a sua conveniência, sem perderem de vista espaços para progredir, como aos 35 minutos, quando Banza voltou a marcar em contra-ataque, mas desta vez em posição irregular.
Tiago Ilori refletiu a noite desastrosa das ‘panteras’, ao ressentir-se das limitações físicas antes do intervalo, sendo rendido por Nathan, que, aos 44 minutos, tabelou com Tiago Morais e, após um ressalto, viu a bola sobrar para a finalização certeira de Petar Musa.
Esse lance poderia elevar a incerteza na segunda etapa, mas, já dentro do período de compensação, Pêpê Rodrigues bateu um livre pela esquerda e Alexandre Penetra cabeceou sem marcação ao segundo poste, devolvendo maior conforto ao Famalicão.
Novo ‘lance de laboratório’ nascido nos pés de Pêpê agudizou o desnível em campo na abertura do reatamento, com Alex Nascimento a amortecer de cabeça ao segundo poste para a emenda fácil de Simon Banza, que se juntava ao topo dos ‘artilheiros’ da prova.
Como se não bastasse, o Boavista viu Reggie Cannon ser expulso aos 57 minutos, após derrubar Iván Jaime, que seguia isolado, e sofreu o quinto golo aos 72, graças a nova perda de bola no meio-campo, com Ivo Rodrigues a servir na esquerda o tento de Pêpê.
Ato contínuo, Yanis Hamache lançou em profundidade Yusupha, que faturou diante de Luiz Júnior, num lance inicialmente anulado por fora-de-jogo, mas revertido com recurso ao videoárbitro, ‘selando’ a marcha do marcador mais volumosa desta edição da I Liga.
Desnorteados com tanta contrariedade, os pupilos de João Pedro Sousa terminaram a invencibilidade caseira na prova com nove unidades, por acumulação de amarelos de Abascal, e ânimos bem diferentes de uma equipa de Ivo Vieira em franca recuperação.
Ficha de Jogo
Jogo no Estádio do Bessa, no Porto.
Boavista – Famalicão, 2-5.
Ao intervalo: 1-3.
Marcadores:
0-1, Pedro Brazão, três minutos.
0-2, Simon Banza, 16.
1-2, Petar Musa, 44.
1-3, Alexandre Penetra, 45+1.
1-4, Simon Banza, 48.
1-5, Pêpê Rodrigues, 72.
2-5, Yusupha, 74.
Equipas:
– Boavista: Alireza Beiranvand, Reggie Cannon, Tiago Ilori (Nathan, 39), Rodrigo Abascal, Yanis Hamache (Filipe Ferreira, 77), Sebastián Pérez, Gaius Makouta (Ilija Vukotic, 46), Tiago Morais (Yusupha, 46), Gustavo Sauer, Kenji Gorré (Pedro Malheiro, 60) e Petar Musa.
(Suplentes: Rafael Bracali, Yusupha, Guito Madureira, Tomás Reymão, Ilija Vukotic, Filipe Ferreira, Nathan, Paul-Georges Ntep, e Pedro Malheiro).
Treinador: João Pedro Sousa.
– Famalicão: Luiz Júnior, Diogo Figueiras, Alexandre Penetra, Alex Nascimento, Adrián Marín, Charles Pickel, Pêpê Rodrigues (David Tavares, 87), Heriberto Tavares (Bruno Rodrigues, 87), Pedro Brazão (Pablo, 75), Iván Jaime (Ivo Rodrigues, 66) e Simon Banza (Marcos Paulo, 76).
(Suplentes: Dalberson, Ivo Rodrigues, Marcos Paulo, Bruno Rodrigues, Dylan Batubinsika, David Tavares, Hernán de la Fuente, Pablo e Lawrence Ofori).
Treinador: Ivo Vieira.
Árbitro: Manuel Mota (AF Braga).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Simon Banza (37), Yanis Hamache (39), Nathan (45), Iván Jaime (55), Rodrigo Abascal (63 e 90+3), Sebastián Pérez (65) e Pablo (82). Cartão vermelho direto para Reggie Cannon (57) e por acumulação de amarelos para Rodrigo Abascal (90+3).
Assistência: 3.479 espetadores.