A fábrica da multinacional norte-amerina Lear Corporation, fornecedora de componentes automóveis, em Valença, entrou em ‘lay-off’ na passada terça-feira devido à escassez de ‘chips’. Sindicato e administração voltam a reunir na próxima segunda-feira.
Segundo o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), o ‘lay-off’ abrange cerca de 400 trabalhadores e tem uma previsão de duração de seis meses, como adiantou a Rádio Vale do Minho.
A empresa, através da diretora de recursos humanos, Cristina Freitas, disse a O MINHO que “não são 400”, mas recusa-se a revelar quantos são os trabalhadores afetados pelo ‘lay-off’, realçando apenas que este “não está aplicado a 100%”.
Relativamente à duração do ‘lay-off’, a empresa diz que não há uma previsão, sendo “analisado de semana a semana de acordo com os pedidos do cliente”.
“O ‘lay-off’ é uma questão de redução do horário de trabalho e será sempre em consonância com o nosso cliente, que é maioritariamente o [Grupo] PSA. De acordo com as notícias deles é que vamos avançar”, adiantou Cristina Freitas.
Questionada por O MINHO, a diretora de recursos humanos não quis dizer de quanto é a referida redução no horário, remetendo mais esclarecimentos via e-mail. O MINHO voltou a questionar a empresa por e-mail, mas até ao momento não recebeu resposta.
Cristina Freitas confirma que o ‘lay-off’ se deve “à crise de chips e matéria-prima a nível mundial”. “Estamos a sofrer as consequências”, realça.
“Grande perda de vencimento”
Em declarações a O MINHO, o secretário-geral do SIMA, José António Simões, adiantou que na segunda-feira está agendada uma nova reunião com a empresa. “Quererão apresentar uma nova proposta, que ainda não conhecemos”, aponta o sindicalista, acrescentando que o ‘lay-off’ se traduz numa “grande perda de vencimento para os trabalhadores”.
A multinacional norte-americana de componentes para automóveis está instalada em Valença desde 2009. Em 2018 inaugurou novas instalações, num investimento superior a 5 milhões de euros que implicou, conforme notícia de altura, um aumento “considerável” dos postos de trabalho.
Também recentemente, como O MINHO noticiou, a Bosch em Braga também entrou em ‘lay-off’ devido à escassez de semicondutores.