A exposição “Portelos, cancelas e biqueiros”, do artista plástico Samuel Silva, que desenvolveu o trabalho no concelho de Cabeceiras de Basto, vai estar patente entre sexta-feira e 15 de outubro no Centro de Arte Alberto Carneiro, em Santo Tirso, anunciou hoje a autarquia.
Descrita como “um projeto fotográfico de pulsão arquivista, iniciado por Samuel Silva em 2013”, a mostra reúne um “conjunto de fotografias sobre estratagemas agrícolas improvisados, encontrados nas embocaduras de courelas, lameiros e cortinhas, ou parte de cercados e terrenos murados de geografias interiores compreendidas entre Alturas do Barroso e Cabeceiras de Basto”, lê-se no comunicado da Câmara de Santo Tirso.
Acrescenta a nota de imprensa tratar-se de uma “potência metafórica numa leitura política da realidade interior do país sujeita ao êxodo e à emigração galopante (…) e como sismógrafo de uma economia/ecologia de sobrevivência típica destes lugares”.
“Esta exposição apresenta, num ensaio dialógico com as obras de Alberto Carneiro, um diaporama com uma seleção de diapositivos do arquivo (ampliado recentemente) e um maciço de desenhos realizados há dez anos, ainda antes das primeiras revelações fotográficas, quando as imagens latentes (por detrás das pálpebras ou ufanamente gravadas na memória) nos reaparecem na luz do mineral grafite ou nas manchas da ‘vieux-chêne’, produto de origem francesa que serve para dar tom castanho envelhecido às madeiras”, continua a publicação.
Sobre o artista, o comunicado refere que, “além da sua atividade de artista plástico […], Samuel Silva é professor auxiliar na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (FBAUP) e investigador no Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da FBAUP”.
Os seus projetos caracterizam-se pela multidisciplinaridade – fotografia, desenho, instalação, poesia experimental, edição de autor, e têm explorado as relações entre a prática artística e o contexto social e político.
Desde 2007 desenvolve práticas de investigação sobre pedagogias artísticas em ambientes não-formais e mediação crítica em espaços ligados à arte contemporânea como museus, centros culturais e espaços independentes, concebendo e orientando ‘acontecimentos-treino’, oficinas e conferências, entre outras atividades.
A exposição pode ser visitada, de segunda a sexta-feira, das 09:00 às 17:30.