A Associação de Defesa da Floresta do Minho (ADEFM) acusou o autarca de Vieira do Minho de “aproveitamento político”, aparecendo como “salvador” da equipa de Sapadores Florestais local quando “o problema foi criado devido ao incumprimento do município”.
Em comunicado, aquela entidade privada que geria a equipa de Sapadores Florestais desde 2004 refere que a câmara de Vieira do Minho, ao contrário do que afirmou o presidente daquela autarquia, António Cardoso, “nunca esteve em situação de cumprimento” o protocolado entre as instituições para a gestão da equipa de Sapadores Florestais que atua em Vieira do Minho.
Na terça-feira, a autarquia garantiu que “acabou a novela” dos salários em atraso dos Sapadores Florestais com a passagem da equipa para a alçada da Associação para o Ordenamento da Serra da Cabreira, explicando que a câmara fazia as transferências que devia mas que os salários não eram pagos: “Nunca falhámos com a nossa parte. Quando deixámos de transferir o dinheiro foi em maio e com o acordo dos operacionais porque o dinheiro não lhes chegava”, explicou o autarca.
No entanto, segundo o comunicado da ADEFM, “sabendo as partes das suas obrigações protocolares e que o funcionamento da equipa dependia exclusivamente desses financiamentos, nunca o município esteve em situação de cumprimento, como alega“.
Pelo que esclarece a associação, cabia ao município de Vieira do Minho a “transferência, para a ADEFM, no início de cada trimestre do valor de 7.453,75 euros”, a “responsabilidade pela manutenção e reparação de maquinaria e viatura, bem como, do fornecimento dos seus combustíveis”, sendo que o “restante financiamento da equipa seria assegurado pela execução de trabalhos suplementares trimestrais com um valor mínimo de 1.945 euros”.
Mas, afirma a associação, “nunca foi cumprido pelo Município o prazo estipulado para pagamentos das tranches trimestrais que venciam a 1 de janeiro, a 1 de abril, a 1 de julho e a 1 de outubro de cada ano. Aliás, no ano de 2014 o Município não transferiu um único cêntimo para a associação, fazendo-o apenas em 2015. E no ano 2017 não houve a transferência de qualquer verba pelo município de Vieira do Minho, apesar de todas as solicitações, reuniões e exposições postais diligenciadas pela ADEFM, o que despoletou a incapacidade de cumprimento salarial e dos demais compromissos da equipa“.
Por isso, a ADEFM diz “lamentar que o trabalho de 17 anos da associação sirva para aproveitamento político, onde o município pretende transformar uma dívida em algo incompreensível, como sendo, o salvador da equipa, dos sapadores e dos interesses do concelho, quando a verdade dos factos demonstra que o problema foi criado devido ao incumprimento do município”.
A ADEFM salienta que “nunca, em momento algum, tirou qualquer dividendo com a equipa. Pelo contrário, foram assumindo elevados prejuízos não só materiais como morais e, num último e derradeiro esforço de manter a equipa e os seus postos de trabalho, acordou com o município apenas o recebimento dos valores para a regularização salarial de forma a ultrapassar esta situação desumana e imoral, suportando todos os prejuízos adicionais que o município se recusou terminantemente a assumir como estipulado”.