O ex-presidente da Junta de Freguesia de Guisande, Braga, foi acusado pelo Ministério Público (MP) de Braga da prática de um crime de peculato, por ter mandado pagar, com dinheiro da autarquia, duas indemnizações a que fora condenado, a título pessoal, em tribunal.
Ao todo, 3.760 euros liquidados pela junta a um casal da localidade. Mas não houve desvio de dinheiros da autarquia.
O caso remonta a 2012, quando Adelino Sá, eleito pela coligação Juntos por Braga (PSD/CDS) participou numa manifestação popular contra o alegado corte de um caminho público, a Rua da Cal, feito por Manuel Joaquim da Cruz Araújo e mulher, à revelia da autarquia.
A manifestação passou pela rua e, à porta do casal, registaram-se várias altercações verbais, com insultos mútuos. Dias depois, o casal pôs uma queixa em Tribunal contra o autarca e mais dois manifestantes, que acabou na condenação aquela pena de multa.
“Em defesa da população”
Fonte ligada ao processo disse ao MINHO que, em 2013, e quando se tornou secretário da mesma junta, Adelino Sá defendeu no executivo que a condenação ocorreu em defesa da freguesia e enquanto autarca, numa ação em defesa da população. A junta, que entretanto se agregou numa união com a de Oliveira São Pedro, não aceitou a tese e não pagou.
O agora arguido, levou o caso à Assembleia de Freguesia, a qual decidiu, com a abstenção e um voto contra da Coligação e dois a favor do PS que deveriam ser os cofres da autarquia a assumir as indemnizações.
De seguida, enquanto secretário, mandou pagar a conta. A queixa judicial que se seguiu partiu do próprio casal. Na freguesia, e ao que soubemos, há um clima de mal-estar por causa do corte da via que se mantém apesar de sentenças que a mandam abrir.
O casal em causa tem mais três ações contra a Junta, esta uma em sentido contrário, e várias outras contra familiares e fregueses. Cerca de 20, no total, por causa da rua e de questões de terrenos e tudo com apoio judiciário.