Os dois albaneses (e não espanhóis, como avançado inicialmente) detidos no Alto Minho a quem é imputada a autoria de cerca de uma centena de assaltos, no valor global de dois milhões de euros, residiam numa casa senhorial da província galega de Pontevedra, onde gozavam o rendimento dos seus furtos. Um terceiro elemento fugiu num carro da própria GNR, abandonando-o já em Espanha, onde foi recuperado [o carro] pela Guardia Civil.
A operação policial, que O MINHO apurou ter o nome de código “Gerbera-Arvoredo”, tinha tudo para correr bem, não fosse a fuga inopinada do cadastrado, que atravessou a fronteira de Valença sempre ao volante do carro da GNR, até estacionar e fugir num outro automóvel, continuando a monte há quase uma semana, enquanto prosseguem investigações da GNR, não só à atuação daquela quadrilha, como à falha interna, que levou a que tivesse fugido.
A moradia, com quase 200 anos de existência, construída já no ano de 1838, situa-se no município de O Rosal, em Pontevedra, Galiza, Espanha, sabendo-se que os albaneses já a tinham arrendado, no ano 2021, pagando mensalmente cerca de três mil euros de renda.
A casa dispõe de três pisos, permitindo vários acessos, inclusivamente para fugas, perante ações policiais, tendo, só os seus espaços interiores, quase 300 metros quadrados, cinco quartos e três casas de banho completas, bem como diversas garagens e amplas zonas de arrumos.
Foram apreendidos cinco telemóveis, quatro walkie-talkies, um inibidor de frequência e ferramentas, graças à intervenção da Guardia Civil de Pontevedra e à GNR de Braga, que teve apoio, no terreno, do Grupo de Intervenção de Operações Especiais (GEOP) da GNR.
Carros todo de gama apreendidos na GNR de Braga
Apesar da fuga inexplicável de um dos três albaneses, surpreendendo a própria GNR, que não o conseguiu deter durante a operação planeada para Vila Nova de Cerveira, o saldo da investigação do Destacamento da GNR de Braga é considerado positivo, pois, para além da recuperação da viatura descaraterizada, foram apreendidos dois outros automóveis topo de gama que se encontram aparcados no quartel provisório do Comando Territorial da GNR, na Rua do Taxa, em São Victor, Braga – uma carrinha A4 preta e um Mercedes cinzento prateado.
O concelho de Braga foi um dos mais fustigados pela quadrilha albanesa, em especial as residências, daí o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) do Destacamento Territorial da GNR de Braga ter começado as suas averiguações em princípios do mês de novembro de 2021.
Na semana antecedente do Natal houve um crescendo de casos, porque a quadrilha apercebeu-se que muitos dos locatários tinham ido passar fora a época natalícia, tendo preferencialmente furtado dinheiro, joias, ouro e os objetos mais valiosos das casas.
A base da quadrilha era a casa senhorial galega, de onde se avistava Portugal, pelo outro lado do rio Minho, tendo o grupo itinerante internacional realizado assaltos em vivendas, nos distritos de Viana do Castelo e de Braga, passando pela Área Metropolitana do Porto, num raio superior a uma centena de quilómetros, utilizando matrículas falsas nos veículos utilizados para os furtos. A GNR de Braga, para já, não adianta mais pormenores, acerca da quadrilha parcialmente desmantelada.