O Estado vai leiloar em novembro 97 artigos imobiliários (mais 2 do que no atual mês) e 27 viaturas (menos 1 que em outubro) nos distritos de Braga e de Viana do Castelo através da plataforma e-leilões, que se dedica à venda online dos bens executados pelos tribunais resultantes de dívidas ou processos de insolvência, bem como de artigos móveis ou imóveis apreendidos, recuperados ou declarados perdidos em processos-crime.
A plataforma foi idealizada e lançada em maio de 2016 através de despacho da então ministra da Justiça Francisca Van Dunem, ficando a sua gestão e operacionalidade a cargo da Ordem dos Solicitadores, ou seja, apenas executores negoceiam com os interessados, no caso dos particulares, em nome dos proprietários dos bens executados e agora a leilão.
O MINHO consultou a plataforma a propósito da atualização mensal dos leilões, e verificou que no distrito de Braga, para o mês de novembro, estão a leilão 67 imóveis, a saber: três apartamentos, 25 moradias (mais seis que no mês que agora termina), 3 lojas (menos quatro), 4 quintas (mais duas) e uma garagem, entre outros.
Das moradias para habitação, a luxuosa casa T4 em Calendário, Famalicão, voltou a não interessar a nenhum comprador. O leilão que terminou em 19 de outubro foi reativado em 23 deste mês, com o imóvel a ficar em leilão até 05 de dezembro, a regressar à plataforma depois de já lá ter estado entre março e abril e novamente entre setembro e outubro. Este é o imóvel com o valor base mais elevado no distrito de Braga – 1,7 milhões de euros – acima do valor mínimo de venda inserido na plataforma pelo agente de execução – 1,44 milhões. Apesar das sucessivas tentativas de venda, o preço mantém-se inalterado.
Destaque ainda para o leilão da Quinta dos Moinhos, na Póvoa de Lanhoso, por 400 mil euros. Trata-se de um prédio misto composto por casa para habitação de r/c, 1º andar e logradouro, com pavilhão destinado à exploração pecuária de r/c, logradouro e quinta com área total de 65.880m2, na freguesia de Nossa Senhora do Amparo.
Segundo a plataforma, “adverte-se os potenciais interessados que o recheio da habitação não faz parte do objecto negocial”. Este leilão termina em 20 de dezembro.
Em entrevista à CNN Portugal, Duarte Pinto, representante dos agentes de execução, explicou que o leilão eletrónico veio travar a forma antiga de se leiloar o que era do Estado, quase sempre restrito a um grupo de interessados, através de carta fechada, e num gabinete de juizes. O presidente do Conselho Profissional do Colégio dos Agentes de Execução, dá conta de preços “mais favoráveis” às famílias que estejam a pensar comprar casa, mas adianta que a mais parte dos ‘lances’ é feita por “investidores”.
T4 de 242 mil euros em Ponte da Barca
No Alto Minho, e após dois meses com uma quinta de Valença a liderar a lista, o imóvel mais caro é um prédio misto em Vila Nova de Muía, Ponte da Barca, composto de casa de habitação de rés-do-chão e primeiro andar, com dependência, logradouro e terreno anexo, sito no Lugar de Casal.
Trata-se de um T4 e está em leilão pelo valor base de 242 mil euros, embora o valor de abertura do leilão seja de metade – 121 mil euros. Ainda não existem propostas.
Mercedes em Vila Verde e Punto em Guimarães
No distrito de Braga, o veículo mais caro em leilão é um ligeiro de passageiros, marca Mercedes-Benz, modelo C220 D (202 121), quadro WDB2021211A289565, cilindrada 2155, a gasóleo, de cor cinzenta. Está situado em Vila Verde e o valor base é de 5.000 euros.
Por sua vez, o mais barato é um Fiat Punto de 1995, com cilindrada 01108 e rodagem de 249.248km. O valor base é de 680 euros e está localizado em Guimarães.
Este sábado existiam 819 leilões de todo o país ativos na plataforma. O mais caro é um antigo complexo industrial em Leiria, e cujo valor base situa-se nos 6,5 milhões de euros.