Está a nascer um novo caminho de Santiago entre o Minho e Trás-os-Montes

Foto: DR / Arquivo

Os representantes dos 12 municípios por onde passa o trajeto de um novo caminho de Santiago reuniram-se, ontem, em Vila Pouca de Aguiar, para “mais uma etapa” na criação deste percurso que atravessa o Minho e Trás-os-Montes.

No Minho, o trajeto do denominado Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal passa por Braga, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho e Cabeceiras de Basto. Os restantes são Alijó, Freixo de Espada à Cinta, Mirandela, Murça, Ribeira de Pena, Torre de Moncorvo, Vila Flor e Vila Pouca de Aguiar.

Em comunicado, a autarquia da Póvoa de Lanhoso, que lidera o processo, adianta que, nesta reunião de trabalhos, da qual também a Entidade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal fez parte, o principal destaque foi a análise das contrapropostas ao percurso sugeridas por cada Município e a apresentação dos indicadores que favorecem a instalação de um caminho de Santiago com base na peregrinação de Leon de Rosmithal que atravessou, em 1466, os referidos territórios.

“Todos os Municípios mostraram interesse em trabalhar uma rota jacobeia reconhecendo que os Caminhos de Santiago têm uma forte tradição, espiritualidade e reconhecimento internacional que podem aportar um grande valor turístico aos territórios atravessados”, refere o comunicado.

E acrescenta: “Foi ainda da maior importância a parte final desta reunião, com a análise, recolha de contributos para a constituição de um Consórcio, que será liderado pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e que se destina à instalação do Caminho Português de Santiago – Leon de Rosmithal”.

Em breve, todos os municípios regressarão à Povoa de Lanhoso para assinarem o referido Contrato de Consórcio.

O momento que marcou o início da criação deste Caminho decorreu no passado dia 26 de setembro de 2023, nos Paços do Concelho, onde foi partilhado o trabalho já realizado pelos técnicos do Município, de reconhecimento no terreno do percurso que abrange os referidos Municípios.

Com uma extensão aproximada de 230 quilómetros, este terá sido o itinerário privilegiado das populações entre o Minho e Trás-os-Montes e utilizado pela Comitiva de León de Rosmithal.

Foto: CM Póvoa de Lanhoso

Leon de Rosmithal, Barão de Blatna, cunhado de Jorge de Podiebrad, rei da Bohemia (reino dissolvido e integrado na República Checa), iniciou, a 26 de novembro de 1465, uma peregrinação até ao túmulo do apóstolo Santiago Maior, em Santiago de Compostela, com passagem por Portugal. Nesta viagem, em que se fez acompanhar por 40 pessoas e 52 cavalos, trouxe uma carta de Dona Leonor de Portugal, casada com Frederico III, Imperador Sacro Império Romano-Germânico para entregar a seu irmão, o Rei Afonso V.

Entrando em Freixo de Espada à Cinta, já em 1466, atravessou Portugal na diagonal até passar pela Póvoa de Lanhoso, onde um dos seus cronistas descreve a terra e o estado do Castelo de Lanhoso. Esse território corresponde atualmente aos concelhos de Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Murça, Alijó, Mirandela, Vila Flor, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Braga, para além da Póvoa de Lanhoso.

Em Braga, a comitiva foi acolhida pelo rei Afonso V e recebeu estadia. Daqui, seguiu a sua missão em direção a Ponte de Lima, tomando o Caminho Central Português.

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