O mítico Bar do Fôjo em Fão, no concelho de Esposende, já começou a ser demolido.
As operações começaram esta segunda-feira e estão a ser acompanhadas pela GNR.
Como O MINHO noticiou, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) publicou um edital, divulgado em abril passado pela autarquia, anunciando a intenção de demolir o Bar do Fôjo.
A mesma ordem já tinha sido recebida pelo proprietário, em 2015, quando o bar ainda estava em funcionamento, mas nunca avançou.
“A Agência Portuguesa do Ambiente, através da Administração da Região Hidrográfica do Norte, faz público que é sua intenção proceder à demolição da construção implantada na margem esquerda do Rio Cávado, a cerca de 50 metros para jusante da ponte rodoviária de Fão, vulgarmente conhecida por ‘Bar do Fôjo’”, lia-se no edital da APA.
A instituição refere que esta decisão acontece por se tratar de uma “ocupação abusiva de parcela do domínio público hídrico”.
Os interessados, que tenham qualquer objeção à demolição, deveriam contactar a APA no prazo de 20 dias úteis.
A decisão surgiu cinco anos após a morte de Alberto Sérgio Cardoso de Sousa (17 de maio de 1948), que morreu aos 70 anos, em 2019, levando ao encerramento do espaço.
A taberna típica de Esposende foi explorada, desde 1974 – e durante mais de 40 anos – por aquela figura mítica de Fão, conhecida como “Sérgio do Fôjo”.
Dedicou a vida àquele popular espaço, próximo da ponte de Fão, que começou por ser um bar de pescadores e que acabou por tornar um espaço conhecido na região.
Nas redes sociais, as filhas de “Sérgio do Fôjo” manifestaram o seu descontentamento com a demolição do espaço.
“Que autoridade tem Benjamim Pereira para ordenar uma empresa furtar, em seu nome e da Câmara Municipal de Esposende, o denominado Bar do Fôjo,situado na margem esquerda do Rio Cávado, em Fão? Que provas tem da legalidade ou não do Fôjo? De arquiteto, Benjamim Pereira passou também a juiz ? Roubou -nos! Furtou-nos as mós e as pedras, à entrada do Fôjo, com que autoridade? Cortou-nos as árvores, a mando de quem? Quem foi o juiz que o autorizou à ocupação do imóvel denominado Bar do Fôjo?”, criticam Mónica e Betânia Cardoso.
O texto apela o presidente da Câmara a mostrar aos “herdeiros, e a todos aqueles que defendem a preservação deste património fangueiro, a prova da sua ilegalidade” e afirma que, “se o Fôjo for demolido, será por ordem judicial”.
Com Pedro Gonçalo Costa