A apresentação do projeto de arquitetura para a Escola EB 2,3 de São Torcato decorreu quarta-feira, dia 07, numa sessão com os representantes do corpo docente, direção da escola, associação de pais e autarcas das juntas de freguesia da área servida pela escola.
Na sessão de apresentação do projeto, no valor de cerca de 70 mil euros, esteve presente o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, a vereadora da Educação, Adelina Pinto e o arquiteto responsável pelo projeto, Filipe Vilas Boas, sócio gerente da Workbook.
O presidente da Câmara fez saber que pretende que “o início desta obra aconteça o quanto antes, depois de ultrapassadas questões processuais como a aprovação do projeto e o lançamento do concurso para a obra”.
“Vamos fazer todos os possíveis para que esta obra tenha início, este ano, o mais breve possível”, prometeu Domingos Bragança
“O projeto apresentado visa a reabilitação, reorganização funcional e ampliação da escola EB2,3 São Torcato, de modo a proporcionar melhores condições de utilização ao nível de conforto, segurança, tornando o edifício mais sustentável, através das energias renováveis, reduzindo os seus gastos e consumos quer ao nível de utilização quer ao nível de manutenção”, informa a Câmara em comunicado.
Domingos Bragança destacou ainda que o mais importante é garantir a “comodidade, segurança e conforto térmico” do edifício, no sentido de proporcionar as melhores condições para os alunos e a comunidade escolar, através de uma profunda reformulação.
Empresa envolta em polémica foi a escolhida para realizar o projeto
O projeto de reabilitação, reorganização e ampliação do edifício escolar da EB 2,3 de São Torcato foi adjudicado à Workbook – Planeamento e Gestão de Obras, por um processo de consulta prévia, em agosto de 2020. Nos processos com consulta prévia “a entidade adjudicante convida diretamente pelo menos três entidades à sua escolha a apresentar proposta, podendo com elas negociar os aspetos da execução do contrato a celebrar”.
Filipe Vilas Boas e a Workbook estiveram envolvidos num processo, em 2017, quando o arquiteto era chefe da Divisão de Desenvolvimento Económico da Câmara de Guimarães, que viria a culminar com a saída do arquiteto da Câmara.
Vilas Boas foi dado como culpado, no âmbito de um processo disciplinar, de ter prestado serviços, através de uma empresa em que era sócio, a Outrasformas – Arqitectura e Mobiliário, a uma empresa cuja obra estava sob a sua tutela no Município. O processo resultou numa expulsão por 180 dias, mas o arquiteto viria a deixar o lugar no Município por iniciativa própria.
Os autos de medição a que imprensa teve acesso na altura e que foram faturados pela Outrasformas, apresentavam o logotipo da Workbook, que, à data da prestação do serviço ainda não tinha sido legalmente constituída. A Workbook viria a ser constituída mais tarde, tendo como sócios José Rodrigues Barbosa Lourenço e João Oliveira Vinagreiro.
Filipe Vilas Boas, que agora é sócio gerente da Workbook e assina contratos com a Câmara de Guimarães em nome desta empresa, afirmou na altura que tinha feito um favor a um amigo de infância, indicando “um técnico amigo, no caso o Pedro Vinagreiro”.
A Workbook soma 379.424,32 euros em três contratos públicos, todos com a Câmara de Guimarães. Além da reabilitação da EB 2,3 de São Torcato, a Workbook foi contratada, por ajuste direto, para executar o projeto da ciclovia junta à Casa do Costeado, no valor de 10.500 euros e venceu o concurso público para o projeto de reabilitação da Quinta do Costeado, para instalação da Escola Hotel, no valor de 298.888,64 euros.