A Havelar, empresa sediada no concelho de Vila do Conde, apresentou hoje uma solução de “futuro”. Com um investimento de 5 milhões tem capacidade para fazer impressão 3D de 50 habitações por ano e com preços a partir de 150 mil euros “chave na mão”.
Esta é um solução que já existe no estrangeiro, mas chega pela primeira vez à indústria nacional, através de um acordo da empresa que opera em Vilar do Pinheiro com a Cobod, uma especialista mundial na tecnologia 3D.
“A nossa visão passa por criar uma solução para a crise da habitação, com tecnologia que vai mudar a forma de fazer casas no futuro com altos níveis de automação, com sustentabilidade e com design”, referiu Patrick Eichiner, CEO e cofundador da Havelar.
A primeira casa construída em 3D pela Havelar é um T2 com 90 metros quarados, sendo que as paredes demoraram 18 horas a serem erguidas graças à tecnologia de impressão.
“Conseguimos entregar as casas em muito pouco tempo”, referiu Rodrigo Vilas-Boas, cofundador da Havelar e arquiteto do grupo OODA, citado pelo portal Idealista. A construção será 70% mais rápida face às habitações tradicionais.
Após as 18 horas de impressão das paredes, a cobertura, portas, janelas, cozinha e casa de banho levaram cerca de duas semanas a estarem concluídas.
Construída em betão, este tipo de habitações serão “resistentes sismicamente” e “termicamente”. As casas são construídas com vazios, sendo que têm uma parede interior e outra exterior que não se tocam, sendo o vazio preenchido com cortiça.
A Havelar já tem projetos com os arquitetos Álvaro Siza Vieira e japonês Kengo Kuma, que quiseram dar “designs exclusivos, mas acessíveis”.
Mas a ideia é iniciar a construção em escala, em parceria com promotores imobiliários, municípios e proprietários de grandes terrenos.
“O objetivo é atuar no mercado da habitação acessível e, para isso, a escala é fundamental. Portanto, há aqui um rácio de casas que queremos construir versus os preços a que conseguimos vender as casas. 20 será o mínimo de casas para começar a construir”, disse Rodrigo Vilas-Boas, citado pela mesma publicação.
Até ao final de 2024, a Havelar espera conseguir entregar 30 a 40 casas 3D, que estarão prontas a habitar.
Com o investimento de 5 milhões, têm capacidade para mais de 50 casas por ano, mas o objetivo é que as encomendas surjam para adquirir mais impressoras.
A Havelar é um investimento conjunto do alemão Patrick Eichiner, ligado ao ramo do imobiliário, e dos portugueses Rodrigo Vilas-Boas, arquiteto no grupo OODA, e José Maria Ferreira, da empresa poveira Ecosteel.