O advogado do empresário Custódio Correia, um dos três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira, manifestou-se “confiante que a justiça vai ser feita”, referindo que “é pouco o que há para esclarecer”.
Em declarações aos jornalistas, no sábado, à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, o advogado André Navarro de Noronha, que defende o empresário Custódio Correia, disse que “há tudo para esclarecer e é pouco o que há para esclarecer”, referindo que o seu cliente iria prestar declarações no âmbito do interrogatório que não chegou a ter início, uma vez que ficou adiado para segunda-feira.
Questionado sobre o balanço da consulta de partes do processo e o que está em causa, o advogado respondeu: “Já conseguimos perceber e é o que lá está”.
“Sobre o processo em si, sobre o seu teor e o seu conteúdo não vou prestar declarações”, afirmou o mandatário do empresário Custódio Correia, que é o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia e sócio de Avelino Farinha – outro dos suspeitos detidos – em várias empresas.
O advogado recusou responder sobre se há prova consistente no processo, inclusive escutas telefónicas, referindo que há “alguma coisa para explicar, mas são explicações muito razoáveis”.
Em relação ao estado de espírito de Custódio Correia, a defesa adiantou que “está tranquilo, confiante”.
“A justiça vai funcionar, funciona sempre”, frisou o advogado, manifestando-se “confiante que a justiça vai ser feita”.
André Navarro de Noronha foi o primeiro advogado dos três detidos a chegar ao Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa.
Os três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira, entre os quais o presidente da Câmara do Funchal, vão ser ouvidos na segunda-feira.
As detenções de dois empresários e do autarca do Funchal surgiram na sequência de uma operação que também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e anunciou na sexta-feira que vai abandonar o cargo.
Segundo a Polícia Judiciária, em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.