A EDP Produção, responsável pela gestão da produção hidroelétrica nas barragens portuguesas, não quis comentar a interrupção de atividade de produção de energia decretado pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, que leva a que apenas sejam produzidas duas horas por semana nas barragens do Alto Lindoso e de Touvedo, em Ponte da Barca.
Questionada por O MINHO sobre possíveis prejuízos e interrupções do fornecimento de energia face à menor produção agora esperada, a energética foi taxativa: “Relativamente a este tema, a EDP não tem comentários adicionais a fazer”.
A funcionar desde 1992, a barragem do Alto Lindoso, no rio Lima, tem uma potência instalada de 630 MW, produzindo anualmente, em média, cerca de 909,6 GWh. Tem como armazenamento total a capacidade de 347,9 hm³ de água.
Em declarações à agência Lusa, esta quinta-feira, o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, explicou que o abastecimento de água está garantido durante dois anos, “mesmo que não chova”, situação que considera, no entanto, “impensável”.
“Hoje em dia, já temos mecanismos que nos permitem reajustar as cotas das albufeiras onde existe produção de energia hidroelétrica. Sem que isso implique qualquer indemnização à EDP. Nos contratos de concessão está prevista esta situação. Foi com base nesses mecanismos que fixamos esses novos limites”, referiu à mesma fonte.
Garantiu que, durante o mês de fevereiro, a APA estará “muito vigilante”, com monitorização diária. “Já estão previstas novas reuniões para o início de março para reavaliar todas as medidas que já tomamos e reajustar, se necessário”, observou.
Assegurou ainda o “reforço de monitorização à qualidade da água, quer na bacia do Lima quer na do Douro e nas outras bacias da região para avaliar a evolução do seu estado”.
Recorde-se que o Governo restringiu o uso de várias barragens para produção de eletricidade e para rega agrícola devido à seca em Portugal continental.
Na produção no Alto Lindoso, a água só será usada para produzir eletricidade cerca de duas horas por semana, garantindo “valores mínimos para a manutenção do sistema”.
Com agência Lusa