O setor espacial vale atualmente 30 milhões de euros na região Norte, havendo 75 entidades que “atuam ou têm potencial para atuar” na atividade, segundo o Plano de Ação para a Promoção da Economia Espacial no Norte.
“Com base na informação recolhida no inquérito ao ecossistema espacial nacional realizado em 2023, é possível ainda concluir que a economia espacial no Norte representa uma faturação de 30 ME e emprega cerca de 420 profissionais”, pode ler-se no plano de ação, a que a Lusa teve acesso.
De acordo com o documento, “tendo em conta o presente racional e a partir da análise de um conjunto de documentos relevantes, conclui-se que existem 75 entidades localizadas no Norte que atuam ou têm potencial para atuar no setor espacial”.
“Trata-se, assim, de um setor emergente com pouca expressão económica ao nível regional”, refere o plano de ação.
Por instituições, “as empresas têm uma maior expressão no ecossistema regional do setor espacial com 48% do número total, seguidas de muito perto das instituições científicas e tecnológicas com 43%, as incubadoras com 5% e as Instituições de Ensino Superior a representarem 4% do total das entidades”.
O documento recorda que, “em 2022, foi lançado pela primeira vez nas Instituições de Ensino Superior no Norte um curso de engenharia aeroespacial pela Universidade do Minho”, observando também que “a maior visibilidade e crescente interesse no setor do espaço, principalmente entre as engenharias, reflete-se no crescimento do número de graduados e cursos académicos”.
O texto destaca ainda “um conjunto de centros e grupos de investigação com intervenção no setor espacial, como é o caso do CICGE – Centro de Investigação em Ciências Geo-Espaciais – Faculdade de Ciências, do IA – Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, do INL – International Nanotechnology Laboratory, do INESC-TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência e do Grupo de Altimetria por Satélite da FCUP”.
Quanto aos objetivos estratégicos do plano de ação, esses são “promover o crescimento económico e a criação de empregos qualificados no domínio do espaço no Norte” ou “dinamizar outros mercados não diretamente relacionados com o Espaço através da geração, captação e exploração de dados e sinais de satélite (e.g. agricultura, pescas, monitorização de infraestruturas, desenvolvimento urbano, saúde pública)”.
São ainda objetivos “promover a cooperação científica e tecnológica interregional e internacional na área do Espaço” e “assegurar o desenvolvimento das condições de enquadramento financeiro, institucional, cultural e educativo para impulsionar o setor espacial no Norte”.
Estão ainda previstos vários eixos de ação, e na Investigação e Desenvolvimento (I&D) preveem-se as componentes ‘upstream’, pretendendo “estimular o desenvolvimento de tecnologia inovadora, como seja de microlançadores e (micro-) satélites ou de tecnologia para novos sensores e sistemas de reentrada”, e ‘downstream’, com dados em satélites que “permitem responder a várias necessidades prementes para a região como sejam o cadastro e gestão do território, gestão da floresta e prevenção de incêndios, veículos autónomos e a economia azul”.
Os restantes eixos de ação são a “competitividade e internacionalização” – visando os segmentos de “digitalização, ‘start-ups’ e inovação e cooperação transfronteiriça e internacionalização” – e a “capacitação de recursos humanos” através de “promoção de cursos nas áreas espaciais, como é o caso da deteção remota, medicina espacial, farmácia e novas tecnologias, ergonomia e engenharia biomédica, engenharia aeroespacial, astrofísica e astronomia, (astro-) biologia e geologia”.