Declarações dos treinadores após o jogo SC Braga – FC Porto (1-0), da 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Braga:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “É uma vitória justa. Foi um jogo muito bem conseguido, com 35 minutos de intensidade muito alta. Colocamos o FC Porto em dificuldades. Depois, houve uma reação natural do FC Porto, mas controlámos. Chegámos ao intervalo a vencer justamente.
Sabíamos que o FC Porto faz a maioria dos golos no início das segundas partes. Adaptámos a equipa e entrámos muito bem. Começámos a jogar mais transições porque o jogo se encaminhou para isso, não porque quiséssemos. Preferíamos jogar em ataque organizado. Por má definição, não conseguimos fazer mais um golo. Controlámos bem o jogo a partir de trás.
Não vou assumir [luta pelo terceiro lugar], não vou mudar o discurso. Tem sido uma época extremamente difícil. Não começámos a época. Em janeiro, houve reformulação e vendas. Reequilibrámos a equipa e sentimos a equipa mais próxima do futebol que estamos habituados a praticar. Desde janeiro, tivemos uma derrota no Rio Ave [2-1], para o campeonato. De resto, temos conseguido vitorias, tirando o empate com o Vitória de Guimarães.
A equipa tem estado em franca evolução. Hoje tínhamos três jovens no banco e um entrou. Já nem estou a classificar o Diego [Rodrigues] como jovem. Temos nove finais para disputar, sabendo que vencer as nove é tarefa difícil.
Já fizemos bons jogos [antes deste]. Vencemos o Benfica, no Estádio da Luz, a Lazio e, hoje, o FC Porto. Temos de continuar o nosso caminho.
[João Moutinho] é um jogador que se preserva, que se cuida, que joga sempre muito bem e treina nos limites. O seu talento mantém-se inalterável. Juntava a equipa toda nesse elogio. Só fizemos três substituições, mas todos os jogadores entraram muito bem. O Racic, em 15 minutos, fez muita diferença. Quando a equipa joga bem e há comunhão com os adeptos, as individualidades têm tendência a sobressair.Não quero saber disso para nada [alegado penálti sobre Samu, avançado do FC Porto, no final da primeira parte]”.
Martín Anselmi (treinador do FC Porto): “Nos primeiros 15 minutos, o Braga foi superior. Foi muito intenso e controlou bem a bola. A partir dai, mudámos a nossa forma de construir, com Otávio e Marcano mais na esquerda e Martim [Fernandes] a subir. Conseguimos criar superioridades numéricas e crescemos durante a primeira parte. Podíamos ter marcado pelo Otávio quando ainda estava 0-0. Depois sofremos golo de livre direto.
No final da primeira parte, parece-me que o lance com o Samu é penálti. Temos falta de critério [por parte da arbitragem]. Na semana passada, houve um lance muito parecido no jogo entre o Farense e o AVS. Se esse é penálti, o nosso também é. É preciso mudar o critério. O Samu chega primeiro à bola.
O João Mário pôde jogar na ala. Também nos faltavam Pepê e Fábio Vieira. A sua carreira chegou a ser nessa posição [de extremo direito]. Tem um bom ‘um para um’ e pode fazer a diferença. Temos trabalhado bem durante a semana. Temos de traduzir isso nos jogos. A minha essência como treinador é de lutar até final, também é essa a essência do clube. Vamos lutar até ao fim.
Há um pouco dos dois [demérito do FC Porto e mérito do Braga]. O Braga soube defender com muita gente, com linhas de cinco e depois de seis [defesas]. No momento em que colocámos dois avançados, era para cruzarmos e tentarmos ganhar a bola na área. Era difícil entrar pelos corredores, porque o Braga estava bem fechado. Faltou-nos profundidade e cruzar mais.
[Os três cartões amarelos a jogadores do FC Porto no início do jogo condicionaram a equipa?] Sim”.