Declarações dos treinadores após o jogo entre Moreirense e Santa Clara, da 22.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos, e que terminou com a vitória dos anfitriões, por 2-1:
– Ricardo Soares (Treinador do Moreirense): “Perspetivávamos uma equipa difícil, muito organizada defensivamente e perigosa nas bolas paradas. Tínhamos conhecimento profundo da estratégia do Santa Clara. Entrámos muito bem no jogo. Acreditávamos que, marcando primeiro, conseguiríamos jogar mais longe da nossa baliza e controlar melhor o jogo. Conseguimos isso, mas o que mais temia aconteceu: o golo do empate numa bola parada. Há que dar mérito ao Santa Clara: nos últimos quatro jogos, tirando o do Belenenses SAD [triunfo por 2-0], venceram sempre de bola parada.
Na segunda parte, entrámos bem e estávamos claramente por cima. O adversário recorria muitas vezes à falta e acabou por acontecer uma expulsão. A partir daí, fomos muito fortes, empurrámos o Santa Clara para trás e vencemos com toda a justiça.
O que salta à vista é o trabalho sustentado [do plantel e não a manutenção do ‘onze’ jogo após jogo]. Há uma ideia que projetámos para o futuro e que está a ser cada vez mais uma realidade. Tenho a certeza que os jogadores não utilizados por opção estariam hoje muito mais preparados para dar uma resposta. O importante é dizer que tenho um conjunto de jogadores fantásticos, que trabalham muito, com empenho e concentração. Custa-me muito deixar alguém fora da convocatória. Depois, há a qualidade [dos jogadores]. Sem qualidade, é mais difícil conseguir resultados.
Queríamos muito ganhar. Os pontos são muito importantes para a nossa caminhada. Queríamos retribuir o apoio da massa associativa. É importante que eles [adeptos] estejam presentes para nos ajudarem a ganhar. De resto, é indiferente ganhar em casa e fora. Todos os pontos são importantes para o objetivo que pretendemos [manutenção]”.
– João Henriques (Treinador do Santa Clara): “Há um jogo antes da expulsão e outro depois. Mesmo assim, nos dois momentos, as melhores oportunidades foram do Santa Clara. Tivemos manifesta infelicidade em algumas delas. Não me recordo que o Moreirense tenha tido mais oportunidades claras para além dos golos. Tanto na primeira como na segunda, tivemos mais oportunidades flagrantes. Se tivéssemos concretizado, poderíamos ter tido outro resultado. Mas o futebol tem destas coisas: fomos infelizes.
Fizemos um jogo competente e chegámos mais às zonas de finalização, enquanto o Moreirense esteve mais na expetativa, à espera da transição. Sofremos um golo [1-0], numa perda de bola na primeira ou na segunda fase de construção. Depois, começámos a subir, a ser mais pragmáticos no último terço. A derrota não retira brilhantismo ao que temos feito [a equipa vinha de quatro triunfos seguidos, a melhor série de resultados do clube na I Liga]. Considero que o empate era lisonjeiro. Ao que criámos, poderíamos ter ganhado o jogo.
A frustração neste grupo de trabalho quando não consegue materializar o trabalho em pontos é enorme. Temos um grupo muito ambicioso. Queremos sempre mais e melhor. Em todas as derrotas até hoje, os jogos foram sempre equilibrados, tirando um ou dois em que perdemos bem. Somos uma equipa competitiva, que pode lutar em qualquer campo, contra qualquer equipa.
Não podemos elevar os níveis de frustração demasiado altos. O grupo trabalha bem durante a semana, trabalha bem nos jogos, nunca ‘vira a cara’, nem deita a ‘toalha ao chão’. Após a expulsão, terminámos o jogo com três centrais e um deles junto aos avançados, para criarmos mais situações de finalização e tentarmos o empate. A frustração é boa na medida certa; é o reconhecimento de que este grupo é muito competente e competitivo”.