Já foram reveladas as imagens do projeto do altar-palco que irá receber o Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.
O altar-palco, cuja construção foi adjudicada por ajuste direto, tem gerado polémica devido ao seu custo: 4,2 milhões de euros mais um milhão para a cobertura.
A Câmara de Lisboa justificou hoje o investimento com as necessidades do evento e as características do terreno, sublinhando que a estrutura poderá receber 2.000 pessoas e continuará depois a ser utilizada.
Em conferência de imprensa no Parque Tejo, que no início de agosto irá acolher o certame, onde são esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas, o vice-presidente do município, Filipe Anacoreta Correia, apresentou o projeto do altar-palco, que terá nove metros de altura.
“Não tem nada a ver com outro palco feito em Portugal”, afirmou o autarca, sublinhando que é necessário garantir a visibilidade a uma longa distância, tendo em conta o número de participantes, e lembrando que o terreno em causa está localizado sobre um aterro.
Já agora, o palco de 6 milhões pelos vistos é este. Não sou arquitecto nem promotor de espetáculos, mas serve para que tipo de eventos depois com estes desníveis e rampas todos? pic.twitter.com/OnV6orNuWf
— Vega9000 (@Vega9000) January 25, 2023
O palco de 6 milhões é este.
É fácil de perceber que é desenhado à medida para o evento. Expliquem-me lá que eventos futuros podem ser aqui feitos e que não exijam mais obras de adaptação. pic.twitter.com/9wQRma7PDg
— Dr. Pedro Amorim (@EuSouZarolho) January 25, 2023
A obra de construção do altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa vai custar 4,2 milhões de euros à Câmara de Lisboa, numa empreitada atribuída por ajuste direto.
Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, “a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)”, somando-se a esse valor “1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura”.
O vice-presidente da autarquia afirmou que a utilização do altar-palco “não se esgota no evento”, prevendo-se que a sua construção tenha retorno após a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), devido ao interesse de promotores de eventos.
“A câmara já teve manifestações de interesse para o palco ser utilizado para futuros eventos”, disse.
Na terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referiu que sabia que a construção do altar-palco iria ficar muito cara, acrescentando que será realizada com as especificações indicadas pela Igreja Católica.
“Queremos que esse palco, essa infraestrutura, fique para o futuro e que muitas dessas infraestruturas fiquem para o futuro. Eu sabia que isto ia ser muito caro, que era um investimento muito grande para a cidade”, indicou Moedas.
“Qualquer comparação de preço, qualquer comparação de custos não se consegue comparar, porque nós nunca tivemos algo desta dimensão”, afirmou.
A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.
Lisboa foi a cidade escolhida em 2019 para acolher o encontro de 2022, que transitou para 2023 devido à pandemia de covid-19.