Duas queijarias em Braga difíceis de esquecer

Entre o arrojo do que é novo e a mestria do que é antigo, Corriqueijo e Queijaria Central são locais de visita obrigatória para quem não sabe viver sem queijo
Duas queijarias em braga difíceis de esquecer

Faz parte da nossa cultura gastronómica há milhares de anos e até tem um dia mundial dedicado a ele, celebrado a 20 de janeiro. Versáteis, há queijos para todos os gostos, já que através da transformação do leite de diferentes mamíferos – e aplicando-lhe diferentes teores de gordura ou tempos de envelhecimento –, é possível obter uma variedade quase infindável, com distintos sabores e consistências.

Muitos estão à venda na Corriqueijo e na Queijaria Central, dois espaços, em Braga, onde o arrojo do que é novo e a mestria do que é antigo trabalham em prol de um bem comum: que esta iguaria nunca caia no esquecimento, por muito queijo que coma.

 

Corriqueijo

Duas queijarias em braga difíceis de esquecer
Rita Lima, uma das proprietárias do Corriqueijo. Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Um intenso cheiro a queijos atravessa o umbral da porta e chega até à rua. Atrás da vitrina bem composta da Corriqueijo, distribuem-se portentosos exemplares de vários tamanhos.

Uns de pasta mole, outros de pasta dura, uns com fungos, outros sem fungos, uns aromatizados com trufas, outros com o característico sabor a fumado. Mas todos eles bem viajados, vindos de várias partes do mundo.

De França chegam queijos Comté, Reblochon e Morbier, e de Espanha, Manchegos e San Simon. Fazem ainda check-in nesta loja, junto ao Arco da Porta Nova, em Braga, o Pecorino italiano, o Gruyère suíço e o Stilton inglês, além de portugueses aos magotes, claro, como os amanteigados da ilha do Pico, os Flor da Beira ou os conhecidos Prados de Melgaço.

“O Corriqueiro é um projeto que nasceu em 2018, com o objetivo de dar a conhecer o produto e o produtor que está por trás dele”, conta Rita Lima, a dona, em entrevista ao O MINHO Go!.

“Trabalhamos com queijos artesanais e com pequenos produtores e damos muita importância à forma como os animais são tratados, por isso é que às vezes não temos determinados queijos. Volta e meia, um produtor liga-nos a dizer que algumas cabras vão ser mães e, por isso, o leite delas nos próximos tempos será para as crias”, sorri.

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Fotos: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

À venda têm sempre cerca de 50 variedades, conforme a estação do ano e a procura, e alguns dos queijos expostos vão para as tábuas que preparam.

“Gostamos de falar com os clientes e de perceber quais as suas preferências quando nos pedem uma das nossas tábuas ou nos solicitam ajuda porque vão ter um jantar em casa com amigos. O Corriqueijo vive muito desta partilha e troca de conhecimento”, diz Rita.

À disposição têm duas tábuas, para uma (7,50€) ou duas pessoas (15€), que além dos queijos incluem pão, azeite e compota. Também preparam Raclette e Brie com mel e nozes (ambos a 4€) e ainda o petisco, um pão com uma variedade de queijo (3,50€). Todos podem (e devem) ser acompanhados de um copo de vinho (2,50€).

E já que é dele que falamos, nesta queijaria já premiada, não faltam boas referências espalhadas pelas prateleiras do espaço. A par dos vinhos, têm ainda uma grande oferta de produtos gourmet, onde se destacam cremes de trufa, conservas de polvo em azeite, crackers, cogumelos desidratados, patés, compotas de abóbora e noz e uma grande variedade de azeites.

GO!

Rua dos Biscaínhos 89
4700-210 Braga

Telefone: 968 783 926

Aberto de segunda-feira a sábado – 10:30 às 13:00; 15:30 às 19:30.

Encerra aos domingos.

 

Queijaria Central

Duas queijarias em braga difíceis de esquecer
Daniel Carvalho, proprietário da Queijaria Central. Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

“É o costume, ‘tá bém?”, atira uma freguesa, enquanto fecha o guarda-chuva e se dirige para a sala do fundo da Queijaria Central, onde as paredes espelhadas refletem o dia-a-dia de várias gerações de bracarenses.

Enquanto uns lêem o jornal, outros põem a conversa em dia em torno de uma meia de leite e de uma torrada com manteiga.

“A Queijaria Central é um espaço icónico em Braga. Muitos dos nossos clientes vinham cá com os avós e com os pais e agora trazem os filhos e os netos. Gostamos desta proximidade e de saber quais são os hábitos dos nossos clientes mais antigos. Muitas vezes, antes de eles chegarem, preparamos a mesa com o que pedem sempre”, conta divertido Daniel Carvalho, o dono, que assumiu os comandos da também cafetaria e pastelaria em 2013.

“De início não foi fácil. Eu era professor e nunca tinha tirado um café na vida, mas os funcionários que cá estavam – alguns já têm 50 anos de casa – ajudaram a levar o negócio em frente”, explica.

A história da Queijaria Central remonta a meados do século passado, mais concretamente a 1952, ano em que o beirão Manuel Dias e um sócio abriram uma pequena loja na rua do Souto. Queriam dar a conhecer aos minhotos o bom queijo que se fazia na Serra da Estrela.

O negócio prosperou e foram tão bem sucedidos que, anos mais tarde, a queijaria mudou-se para a muito movimentada Avenida Central. A fama dos queijos cresceu e manteve-se até aos dias de hoje.

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Fotos: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

“O Queijo da Serra é, sem dúvida, o que dá nome à casa, mas temos muitos outros produtos que também têm muita saída, como é o caso do Pão-de-Ló de Margaride e o Bolinhol de Vizela”, acrescenta Daniel.

A oferta gastronómica é um dos trunfos da casa e se a montra exterior é de babar – cheia de frutas secas e cristalizadas, como ameixas de Elvas em calda de açúcar, tâmaras suculentas, figos do Douro ou castanhas do Maranhão – lá dentro é fácil ficarmos ofuscados com tudo o resto.

Além dos queijos da Serra curados (mais difíceis de encontrar, segundo Daniel), há ainda queijos frescos, requeijão de ovelha e queijo e manteiga das Marinhas, ao lado de chouriças de cebola, alheiras de caça, salpicão do lombo, mel, marmelada caseira, doces conventuais de Amarante e ovos moles de Aveiro.

E se no Natal há sempre fila para os queijos, na Páscoa são as amêndoas que arrastam verdadeiras romarias até aqui.

“Temos cerca de 60 ou 70 variedades diferentes”, assegura o dono.

Durante o resto do ano, há tudo isto e ainda uma série de petiscos que vão dos pratinhos de moelas (3€) às chouriças assadas (3,70€), passando pelos rissóis de leitão (1,20€), pelos pregos no prato (6€) e, como não poderia deixar de ser, pelas tábuas de queijos (8,70€).

GO!

Avenida Central 38
4710-229 Braga

Telefone: 253 263 558

Aberto todos os dias – 08:30 às 19:30.

 
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