A Polícia Judiciária (PJ) deteve duas mulheres, de 34 e 38 anos, suspeitas do crime de tráfico de seres humanos, ao alegadamente tentarem comprar uma bebé à mãe, depois do nascimento da criança, em fevereiro deste ano, em Braga.
Na ocasião, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Braga acolheu a bebé numa instituição de solidariedade social, mas enquanto o tempo decorria, a mãe da bebé, de nacionalidade brasileira, terá recebido ameaças, da parte das duas suspeitas.
As duas suspeitas, uma de nacionalidade portuguesa e a outra brasileira foram agora detidas pela Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ) através da Secção Regional de Combate a Terrorismo e Banditismo (SRCTB).
Em comunicado, a PJ refere que, em fevereiro, “as detidas, face à incapacidade de conseguirem ter filhos delinearam um plano que visava aproveitar-se da gravidez de uma pessoa que tinham acolhido em casa, para, após o parto, registarem o nascituro em nome do casal”.
“Para tanto, aproveitando-se do facto de a grávida não ser de nacionalidade portuguesa, estar desempregada e a atravessar grandes carências económicas, bem ainda o facto de esta não saber quem era o progenitor da criança, acolheram-na em sua casa, providenciando o seu alojamento, alimentação, pagamento de todas as despesas relacionadas com a gravidez e ainda uma pequena quantia mensal em dinheiro”, refere o comunicado.
A PJ acrescenta que “ficou ainda acordado que a parturiente não poderia frequentar consultas no Sistema Nacional de Saúde, para evitar registos nas bases de dados e quando desse entrada no Hospital, para o nascimento, fosse indocumentada, omitindo a sua identidade e fornecendo desde logo o nome das pessoas que iriam futuramente figurar como pais do recém-nascido”.
Só que, “após o nascimento, ocorrido em 19 de junho, num hospital do SNS, a mãe decidiu quebrar o acordo e ficar com a criança, tendo sido ameaçada e coagida pelo referido casal para manter o que tinha sido combinado”.
Aquela subunidade de elite da PJ, sediada no Porto, estava em cima das movimentações das suspeitas, residentes num apartamento da freguesia de Lomar.
A ação da PJ só foi possível agora, porque após o caso ser conhecido, há dois meses, a suspeita, de nacionalidade portuguesa, foi viver para a Alemanha, tendo regressado esta quinta-feira a Portugal, quando foi detida.
A situação foi noticiada por O MINHO, em primeira mão, quando a mãe da bebé, aproveitando uma deslocação ao Hospital de Braga, para fazer o “teste do pezinho” à filha, denunciou o caso, pedindo o auxílio do advogado João Araújo Silva.
Notícia atualizada às 12h32 com comunicado da PJ.