“Estamos a representar Braga, por todos os comerciantes, neste manifesto. Aos que não quiseram vir e os que não puderam, eu estou cá por vós e por nós todos”.
Estas são as palavras de Natália Primo, proprietária da pastelaria Quinta do Carmo, em Merelim S. Paio (Braga), à chegada a um protesto convocado pelas redes sociais em frente ao parlamento, em Lisboa, na tarde desta quinta-feira.
“Já estamos no Parlamento, queremos mandar um beijinho a todos e dizer que o Norte chegou. Deviam de cá estar todos [empresários de restauração] mas alguns têm medo”, disse de seguida a cidadã natural de Vila Verde.
Natália Primo juntou-se assim a várias dezenas de manifestantes que surpreenderam as autoridades policiais, cerca das 16:00 horas desta quinta-feira, enquanto decorria a votação no parlamento para a renovação do estado de emergência até 01 de março.
Na linha da frente do protesto, Natália fez uso de um megafone para exigir “respostas” a António Costa em relação aos apoios à restauração, mas também sobre quando é que os estabelecimentos encerrados podem voltar a abrir.
“Estou aqui porque dentro da Assembleia da República é possível tomar um café. Queremos tomar um café porque ali pode haver restaurante e café, há de tudo”, disse a bracarense ao megafone, perante aplausos de cerca de uma centena de manifestantes e algumas dezenas de polícia que asseguram a ordem, no topo da escadaria de acesso à Assembleia da República.
Natália ficou conhecida na sociedade bracarense depois de ter publicado um vídeo de protesto à porta da sua pastelaria, situada a poucos quilómetros do rio Cávado, entre Braga e a vila de Prado (Vila Verde). No vídeo, questionava os motivos para a proibição da venda de certos itens e pelo encerramento de estabelecimentos em detrimento de outros.