A PSP deteve dois homens suspeitos de crimes de burla qualificada, burla tributária e de falsificação de documentos, de que resultaram prejuízos superiores a 1,3 milhões de euros, numa operação que passou por Braga, Guimarães e Famalicão.
Em comunicado, a PSP refere que, no âmbito de uma operação que visou um conjunto de pessoas “que de forma organizada de dedicavam à prática dos crimes de burla qualificada, burla tributária e falsificação de documentos”, foram realizadas seis buscas domiciliárias e não domiciliárias, diversos mandados de apreensão de veículos automóveis, nas áreas do Porto, Braga, Guimarães, Maia, Matosinhos, Famalicão, Trofa e Santo Tirso.
Além da detenção dos dois homens, de 43 e 44 anos de idade, vendedor e empresário, respetivamente, foram identificadas mais 13 pessoas (sete homens e seis mulheres).
Nesta operação, a PSP apreendeu 11 veículos automóveis, diversa documentação relacionada com os ilícitos em causa, material informático, uma arma de fogo (espingarda) e diversas munições e duas botijas de gás pimenta.
A ação policial foi desenvolvida pela Divisão de Investigação Criminal da PSP do Porto, em colaboração com o dispositivo do Comando Distrital de Braga e com o apoio da Divisão Policial de Vila do Conde, da Divisão de Trânsito e da Autoridade Tributária e Aduaneira, e visou a identificação e detenção dos autores dos crimes, a apreensão de meios de prova, assim como a recuperação de viaturas que haviam sido adquiridas de modo ilícito.
Burla passava por créditos em nome de quem não podia pagar
Entretanto, a PSP explicou que o esquema passava pela falsificação documentos para permitir que pessoas com problemas bancários e até com penhoras pudessem assumir empréstimos elevados na compra de carros importados.
“Em condições normais esses jamais serão concedidos porque as pessoas se encontravam desempregadas, com salários baixos, penhorados ou com já com problemas bancários”, disse o comissário Dennis Cruz, da Divisão de Investigação Criminal da PSP.
Garantindo, “de forma ardilosa”, que os créditos de difícil ou impossível cobrança seriam aprovados, os detidos (dono de um stand e um contabilista) obtinham para si e para terceiros “vantagens patrimoniais muito elevadas”.
Tais lucros resultavam desde logo do que o stand ganhava com a intermediação dos créditos dos bónus que instituições financeiras dão a quem intermedeia este tipo de operações e atinge determinado valor.
Neste processo estão em causa “mais de 75 contratos”.
Além de garantir, desde logo, a venda de todos os veículos que importasse, sobretudo da Alemanha, os suspeitos arranjavam forma de se furtarem ao regime de IVA, com os carros a serem legalizados em nome de uma terceira pessoa e depois vendido ao stand.
O Fisco perdeu assim 200 mil euros, estima a polícia.
Notícia atualizada às 13h55 com mais informação.