Um surto de covid-19 no Hospital de Barcelos, detetado no passado dia 30 de novembro, conta com 17 infetados – 10 utentes e sete profissionais do piso de medicina interna, disse a O MINHO o presidente do Conselho de Administração, Joaquim Barbosa.
“Toda os profissionais do piso foram rastreados: médicos, enfermeiros, assistentes operacionais. E procedeu-se à transferência dos doentes para os pisos de área covid”, explica Joaquim Barbosa, realçando que foram tomadas todas as medidas previstas no plano de contingência do hospital e que, nesse sentido, “a situação está controlada”.
O presidente do Conselho de Administração reconhece que situação traz constrangimentos, uma vez que envolve sete profissionais, mas assegura que “não está em causa o funcionamento normal dos serviços”.
“Ao longo do tempo, como todos os hospitais, temos tido profissionais que testam positivo. (…) Desde o início da pandemia temos um mecanismo que é a possibilidade de contratar pessoas. Decorrente da própria pandemia, houve necessidade de reforçarmos o corpo de profissionais, principalmente enfermeiros e assistentes operacionais. O absentismo aumentou decorrente das situações normais, mas também da covid-19, e temos recorrido às substituições e ao reforço para dar reposta à pandemia”, salienta.
Cerca de 20 doentes transferidos para outras unidades
Com uma taxa de ocupação “muito alta”, o Hospital de Barcelos tem recorrido à rede da ARS-Norte, através da qual já transferiu cerca de 20 doentes covid para outras unidades. “Estamos em articulação com a ARS-Norte e a resposta tem sido boa”, assinala Joaquim Barbosa.
Os doentes têm sido transferidos para outras unidades do SNS, como o Hospital das Forças Armadas, no Porto, bem como privadas, com quem a ARS-Norte celebrou protocolos, como a Trofa Saúde e a Santa Casa da Misericórdia de Póvoa de Lanhoso.
“Estamos, de facto, ainda na fase aguda da pandemia. Nessa medida, tivemos necessidade recorrer a uma estrutura de gestão de camas em rede articulada com a ARS que nos tem ajudado e para a qual temo recorrido e transferido cerca de 20 doentes até agora”, refere o presidente do Conselho de Administração do Hospital de Barcelos, unidade que tem, atualmente, 41 camas para doentes covid e “estão praticamente todas ocupadas”.
Cirurgias não urgentes suspensas
A “pressão” sobre o Hospital de Barcelos obrigou ao cancelamento da atividade cirúrgica considerada não prioritária ou não urgente – com um tempo de espera até seis meses.
“Concentrámos a atividade cirúrgica na prioritária e urgente. Temos duas salas de bloco operatório, estando a funcionar uma delas para as prioritárias e urgentes”, explica Joaquim Barbosa, salientando o Hospital de Barcelos é o da zona Norte que tem o tempo de espera médio mais baixo.
“Temos alguma folga, mas neste momento não é possível dizer quando a atividade será retomada”, aponta o responsável, acrescentando que as consultas externas estão a funcionar normalmente.
Protocolo com Hospital de Fão
O Hospital de Barcelos celebrou com a Santa Casa da Misericórdia de Fão, em Esposende, um protocolo para doentes não covid “já na fase final do período de internamento, em fase de recuperado, aguardando alta”.
Uma necessidade que, entretanto, diminuiu, devido ao alargamento da rede da ARS-Norte, que tem vindo a disponibilizar mais camas nas últimas semanas.