Designer recupera uso do fato de noiva do traje à Vianesa nos casamentos

Noivos 100% Alto Minho
Designer recupera uso do fato de noiva do traje à vianesa nos casamentos

Uma designer e empresários do distrito de Viana do Castelo pretendem recuperar o uso do fato de noiva do traje à Vianesa nos casamentos, lançando em 2020 a primeira edição do projeto “Noivos 100% Alto Minho”.

“As gentes do Minho atribuem um grande significado ao matrimónio, tendo criado um traje emblemático. É em torno desse símbolo da região que decidimos criar um evento para ser vivido, não como um simples costume ou apenas uma bênção ao amor, mas com um sentido mais abrangente e profundo para que o fato de noiva tradicional volte a ter a importância de outros tempos”, disse esta sexta-feira à agência Lusa a designer Isabel Lima.

De cor preta, o fato de noiva é dos mais sóbrios dos trajes à Vianesa, com origem no século XIX.

O traje à Vianesa, certificado desde 2016, assume-se como um símbolo tradicional da região, nas suas várias formas, consoante a ocasião e o estatuto da mulher. Em linho e com várias cores características, onde sobressai o vermelho e o preto, era utilizado pelas raparigas das aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo.

Intitulado “Noivos 100% Alto Minho”, o projeto da criadora, que tem o apoio da Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), arrancará com a primeira edição a 15 de agosto de 2020, no dia de Nossa Senhora da Assunção, na Sé Catedral de Viana do Castelo.

Isabel Lima destacou ainda o “cariz solidário” do projeto, “uma vez que os casais que se candidatarem (até ao dia 28 de fevereiro) não terão de pagar os custos da cerimónia” e sua a “importância religiosa”.

“O nosso objetivo é envolver a Diocese de Viana do Castelo, criando um conjunto de sinergias que reforçar e afirmar o território”, sublinhou.

A iniciativa vai ser apresentada publicamente no sábado, pelas 15:00, no centro cultural de Viana do Castelo, durante o evento Viana Noivos 2019.

A iniciativa “Noivos 100% Alto Minho” pretende “proporcionar um casamento típico do Minho a um número, ainda não definido, de candidatos que podem ou não residir no distrito de Viana do Castelo, bem como a emigrantes ou lusodescendentes”.

A marca “100 % Alto Minho” foi lançada em 2012 pela CEVAL, estrutura que representa cerca de 5.000 empresas do distrito de Viana do Castelo, com o apoio da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), para valorizar os recursos e potencialidades endógenas da região.

Atualmente, “mais de 100 empresas são detentoras daquele selo”, que tem como embaixadores Dom Duarte de Bragança, a coreógrafa Olga Roriz e o canoísta Fernando Pimenta, entre outros.

Para o presidente do CEVAL, Luís Ceia, tratar-se de um projeto que “vai ao encontro dos objetivos da marca criada para “identificar e agregar os recursos da região, desde produtos, serviços, empresas, numa tentativa de aproximação da oferta e da procura, acrescentando valor aos aderentes e dinamizando a economia da região”.

Luís Ceia afirmou que a confederação irá dar apoio “logístico e de divulgação” ao projeto, inspirado na iniciativa Casamentos de Santo António de Lisboa.

Os interessados em casar ao abrigo do novo projeto terão de formalizar uma candidatura, cabendo a seleção dos casais a um júri a designar.

“Será uma cerimónia pública. Cada casal terá direito a 30 convidados para a cerimónia religiosa e para o copo de água. O projeto envolve parcerias que apoiam a concretização de todas as formalidades exigidas para a realização do casamento civil e religioso, e os vários momentos especiais dos noivos”, especificou.

Isabel Lima destacou ainda o “caráter empreendedor” do projeto que surge “num território que se tem afirmado através de iniciativas assentes nos seus usos, costumes e tradição, preservando a sua identidade, inovando na construção de ideias, na avaliação de novas oportunidades e na mobilização de recursos”.

Além de peças de vestuário, Isabel Lima produz, há vários anos, acessórios de moda, mobiliário, artigos decorativos, todos inspirados no traje regional.

 
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