Das 79 habitações colocadas este ano para arrendar em Braga, só 17 têm renda abaixo do salário mínimo nacional

Nos últimos anos, a procura de moradias no distrito de Braga tem aumentado significativamente, no entanto, os preços das casas disponíveis para arrendar estão cada vez mais altos e praticamente inacessíveis para aqueles que recebem o salário mínimo nacional, agora fixado nos 760 euros por mês.

O MINHO fez uma pesquisa no portal e agregador de negócios imobiliários idealista.pt, considerado um dos mais importantes a nível ibérico, e consultou todas as moradias e apartamentos colocados para arrendamento desde o início de 2023. E não foi preciso muito esforço para contar os imóveis cuja renda mensal não ultrapassa o salário mínimo nacional.

Vamos a dados. Nas 79 habitações colocadas para arrendamento desde 01 de janeiro de 2023 naquele portal, que agrega diferentes agentes imobiliários, quase metade (36) tem uma renda mensal superior aos 1.000 euros. Em 20 das habitações, o arrendamento situa-se entre os 800 e os 999 euros e seis entre os 760 e os 799 euros. Apenas 17 estão abaixo dos 760 euros, o salário mínimo nacional.

Mudam as agências, os preços continuam elevados tendo em conta o salário mínimo nacional

Entre as opções disponíveis estão um apartamento T1 de 86 m² com garagem incluída na rua Francisco Mendes, Lamaçães, Braga, por 750 euros/mês, um apartamento T3 de 114 m² com garagem incluída na travessa do Ribeirinho, Azurém, Guimarães, por 1.100 euros/mês e um apartamento T3 de 187 m² totalmente mobilado e equipado na rua Pousada de Dentro, também em Azurém, Guimarães, por 1.300 euros/mês.

Há também disponibilidade de um apartamento T2 em Apúlia e Fão, Esposende, por 750 euros/mês, que está inserido em um condomínio fechado com piscina e jardim, e um apartamento T2 de 100 m² inserido numa “zona habitacional de excelência” perto da Universidade do Minho, por 900 euros/mês.

A HomeFinder – Mediação Imobiliária, Lda, tem para arrendar uma moradia em Santa Lucrécia de Algeriz e Navarra por 2.300 euros/mês, um dos imóveis mais caros em arrendamento. A Imoleite Sociedade de Mediação Imobiliária, Lda, tem um duplex na rua 25 de abril, em Apúlia e Fão, Esposende, disponível por 1.175€/mês. O imóvel inclui garagem e tem uma área bruta de 115 m².

Já a WOGEN disponibiliza um apartamento T3 em São Vicente, Braga, por 1.200 euros/mês, com 160 m² de área bruta e garagem incluída. A LardeSonho tem uma moradia independente em Santa Maria Oliveira, Famalicão, disponível por 1.800 euros/mês. O imóvel inclui garagem e tem uma área bruta de 480 m². A REMAX GRUPO MOVE tem dois apartamentos T1 em Oliveira – São Paio – São Sebastião, Guimarães, disponíveis por 1.000€/mês cada. Ambos têm 42 m² de área bruta e sem elevador.

Só encontramos 17 imóveis com renda abaixo do salário mínimo nacional

Apenas 17 apartamentos dos 79 anunciados estão disponíveis com rendas abaixo do salário mínimo nacional, que é de 760 euros por mês. Estes imóveis estão localizados em diferentes zonas do distrito, como Refojos de Basto, Arcozelo, Candoso São Tiago, Azurém, Maximinos, São Victor, Apúlia, Real, São José de São Lázaro e Lomar.

Em Cabeceiras de Basto, encontra-se um apartamento T1 totalmente mobilado e equipado, com 86 m² de área bruta, localizado no centro da vila, em frente ao Centro de Saúde, por 350 euros por mês. Uma autêntica ‘miragem’ no panorama do distrito. Em Arcozelo, Barcelos, há um apartamento T1 com 100 m² de área bruta, localizado na zona central da cidade, perto de transportes públicos, escolas e comodidades, por 500 euros por mês. Em Candoso São Tiago, Guimarães, há um apartamento T2 com 100 m² de área bruta, situado no rés do chão, por 525 euros por mês.

Novamente em Barcelos, há um apartamento T2 com 100 m² de área bruta, situado no 2.º andar com elevador, disponível a partir de maio de 2023, por 600 euros por mês. Pelo mesmo preço, em Azurém, Guimarães, há um apartamento T1 com 74 m² de área bruta, localizado no 4.º andar com elevador, incluindo garagem e 1 minuto de distância da universidade.

Por 650 euros, há quatro na cidade de Braga. Estão disponíveis um T2 com 117 m² de área bruta, situado no 1º andar com elevador, em Real, um T0 totalmente renovado em São João do Souto, um T0 em São Víctor, com 40 m2 de área bruta, no rés-do-chão, e um T1 em Maximinos com 52 m² de área bruta, situado no rés do chão com garagem, totalmente mobilado e equipado. Pelo mesmo preço, em Apúlia, Esposende, há um apartamento T1 com 60 m² de área bruta, situado no rés do chão.

Preço subiu 3,9% no distrito em apenas um mês

Os preços das casas para arrendar em Portugal subiram 1,6% em janeiro, para 13,1 euros o metro quadrado (m2), face ao mês anterior e registaram um aumento homólogo de 21,1%, anunciou esta semana o mesmo portal. Em Braga subiu 3,9% e em Viana do Castelo 4%.

O preço de arrendamento em janeiro subiu em nove capitais de distrito, com Leiria (7,4%) a liderar a lista, refere a plataforma imobiliária idealista em comunicado.

Seguem-se Faro (4,1%), Viana do Castelo (4%), Braga (3,9%), Coimbra (2,9%), Funchal (2,1%), Aveiro (1,9%), Lisboa (1,7%) e Porto (1,2%).

Já em Santarém, o preço das casas para arrendar manteve-se estável entre dezembro e janeiro, lê-se na nota divulgada.