Criada em Guimarães a bolsa com 1001 looks que promete ser o sonho de qualquer mulher

E se uma bolsa de senhora pudesse ter inúmeros padrões, que são alterados sucessivamente, combinando com a nossa roupa, o estado de espírito ou o contexto? E se, além de permitir esta liberdade criativa, a bolsa evitasse o desperdício de recursos naturais, protegendo o ambiente?

E se uma bolsa de senhora pudesse ter inúmeros padrões, que são alterados sucessivamente, combinando com a nossa roupa, o estado de espírito ou o contexto? E se, além de permitir esta liberdade criativa, a bolsa evitasse o desperdício de recursos naturais, protegendo o ambiente? O projeto, chamado Llayer, nasceu no seio da TecMinho e foi no café-concerto do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, que O MINHO conheceu os pormenores.

Arquiteta e joalheira, Ana Cotter, desde sempre teve uma personalidade ligada ao reaproveitamento e à maximização na utilização dos produtos. “Há muito desperdício nas indústrias com quem me cruzo”. Depois de uma passagem pela Suíça, de uma tese, que acabou em livro, sobre o arquitecto Fernando Távora e a reabilitação da arquitectura popular e da baixa na arquitectura voltou-se para a joalharia.

Primeiro foi um hobbie, depois uma marca. “Mas é uma área que nunca se chega a quem já tem muitos anos”. Por isso foi criando bases “para não ter que começar sempre de novo e não gastar tanto em material ou equipamento”. Foi com esta filosofia que surgiu a ‘Llayer’, (camada em inglês) uma marca que revoluciona o conceito das bolsas de senhora.

“É uma solução para quem quiser criar moda sem ter know-how”, refere Ana Cotter, “permitindo que cada mulher diga mais coisas em função da sua sensibilidade”. Uma das características é o seu encaixe ser feito através de molas.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Na prática, há uma bolsa base ‘Llayer’ (“pode funcionar sozinha”) que depois é encaixada em ‘capas’ de materiais indiferenciados e de edições limitadas. Daí as 1001 possibilidades. Feita em produtos naturais (pele e couro natural), tanto as bolsas como as capas têm depois uma série de vantagens ecológicas.

“Não pesam o que permite levar várias em viagem; são versáteis; o design concebeu menos costuras o que aumenta a sua durabilidade e funcionam como uma construção o que permite à sua utilizadora modificá-la ao seu gosto”. É assim que Ana Cotter apresenta as virtualidades deste produto, garantindo que “no futuro, vai ser possível incorporar outras peças”.

O produto é fabricado no Norte do país, destina-se a fashion lovers com múltiplas atividades ao longo do dia, que podem assim levar consigo as camadas amovíveis, já de si leves e compactas, para fazer personalizações rápidas e versáteis do look da bolsa.

“A ideia é romper barreiras, permitir a cada um acompanhar melhor as tendências e até criá-las”, assinala Ana Cotter, realçando que a moda “move milhões de pessoas, mas não deve ser tratada como algo fútil, é a nossa forma de expressão”.

Eco sustentável

O projeto sempre teve uma filosofia lean, isto é, procurando a otimização de tempo, espaço e recursos. “Já não é preciso fazer uma segunda bolsa para o mesmo consumidor, ou seja, no fabrico evita-se o desperdício de recursos naturais, de trabalho manual e a poluição”, elenca.

No futuro, gostaria de trabalhar com o algodão para baixar custos mas é difícil porque “o couro é mais resistente, mais flexível, pode-se ‘amassar’ já que volta ao inicial”. Porque não lhe agradam “os materiais sintéticos”, Ana pensará sempre em soluções baseadas no reaproveitamento e na valorização de desperdícios.

Clientes

Se a bolsa base tem um custo entre os 180 até aos 500 euros, dependendo do material, as capas custam entre os 80 e os 120 euros. “Para Portugal poderá ser puxado mas este é um projeto, também, internacional”. Daí já ter clientes na Turquia, no Brasil, Chile, Suíça, Inglaterra e Espanha.

“No entanto, os meus principais clientes continuam a ser os portugueses”.

Atualmente, só se pode fazer encomendas no site já disponível. “A ideia é estar sempre em renovação porque estou sempre a criar colecções novas. Uma das particularidades é que todas as peças são únicas e irrepetíveis e por isso, só estão on-line as que estão disponíveis”.

Autora

Ana Berkeley Cotter nasceu há 33 anos em Guimarães. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Évora, onde já passava férias. Durante o curso foi para Milão em Erasmus e no segundo ano para Barcelona.

Com a arquitectura em crise, decide ir para a Austrália mas foi convencida a mudar de ideias e esteve um ano na Suíça.

“Cansei-me de não estar a construir nada, não estava orgulhosa porque ainda não tinha feito alguma coisa”.

A vinda para Portugal mudou-lhe a vida. Contactou a UMinho, entrou no projeto ‘IdeiaLab’ e “correu tudo mesmo bem, convidaram-me para o laboratório de empresas”. Os primeiros protótipos ‘Llayer’ foram concebidos com a ajuda da Escola de Moda do Porto e “eram agrafados e concebidos com o que se ia deitando fora”.

A Llayer no Facebook

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados