Um utente do lar da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Lomar, em Braga, testou positivo para Covid-19, soube O MINHO junto de fonte oficial.
Este caso junta-se a outros dois, de um outro utente e uma funcionária, conforme noticiado ontem.
No sábado, António Melo, presidente da direção da APPACDM de Braga, disse a O MINHO que os lares de Lomar, São Lázaro e Gualtar iam entrar em quarentena obrigatória a partir da noite de ontem, com cerca de 40 jovens e sete funcionários a permanecerem dentro das instalações durante os próximos 14 dias.
Sobre os dois primeiros casos confirmados, o responsável explicou que o jovem infetado pertencia ao Centro de Atividades Ocupacionais mas não frequentava a instituição desde 13 de março, nem nunca frequentou o lar residencial. Quanto à funcionária infetada, o diretor explica que a infeção pode não ter sido contraída no lar.
Os restantes utentes e funcionários vão ser sujeitos ao teste de despistagem da doença, que devem ser conhecidos nos próximos dias, enquanto permanecem em quarentena dentro dos lares.
António Melo disse que cada utente será confinado a um quarto e será servido por uma funcionária, de modo a evitar múltiplos contactos.
“É uma situação muito difícil de gerir porque vários jovens têm doenças do foro mental e não vão querer estar confinados o dia todo num quarto”, alertou o responsável a O MINHO.
Em declarações ao jornal Correio do Minho, a diretora-técnica da APPACDM de Lomar revelou que o homem infetado, de 44 anos, estará em estado crítico, e já possui histórico de problemas respiratórios.
Queixas de funcionários
Alguns trabalhadores do organismo apontam críticas à direção por não ter tomado medidas anteriores, mas António Melo refuta-as, indicando que está a proceder conforme as determinações das autoridades de saúde.
Há ainda queixas de que existem ameaças para com os funcionários para que estes trabalhem, acusação também negada pelo diretor.
Sobre a ausência de apoio médico, António Melo explica que o enfermeiro habitual está a trabalhar no Hospital de Famalicão, que acresce o risco de contaminar os utentes, face a essa exposição.
O responsável reforça ainda que cada jovem está em quarto individual e isolado, por determinação da saúde pública.