Dezenas de corajosos voltaram a mergulhar nas águas do rio Cávado no primeiro domingo do ano, uma tradição levada a cabo na vila de Prado, em Vila Verde, desde 2015.
Eram cerca das 11:15 deste domingo quando perto de uma centena de pessoas atirou-se às águas que estavam com uma temperatura a rondar os 12ºC.
Em declarações à agência Lusa antes do evento, Mousinho, mentor do mesmo, disse que em 2014, começou “a nadar todos os dias, mesmo no inverno”.
“Chegou o final do ano e disse para uns amigos: ‘amanhã vimos dar aqui um mergulho’. Isto no primeiro domingo do ano. E viemos dar um mergulho. Aparecemos meia dúzia. A partir daí comecei a fazer todos os anos”, recordou.
“Isto é muito espontâneo”
“Isto é muito espontâneo. Não há inscrições nem nada. Após o mergulho, dá-se duas de treta, conversa-se, fala-se um pouco, come-se uma ‘natinha’, bebe-se um copinho ou dois de vinho do Porto, ou os que quiser, e depois cada um vai à sua vida”, relata o também assistente técnico na secretaria de uma escola de Prado.
Os pastéis de nata deste ano foram oferecidos por uma pastelaria da zona. A iniciativa teve também o apoio da junta de freguesia local.
“No meio do rio, a água não passa da cintura. Espero pessoas desde os 6/7 anos até aos 75 anos. Dois ou três com 75 anos. Senhoras e senhores. Graúdos e miúdos. Da região e fora da região, há pessoal que vem mergulhar ou ver. Em 2022, tive um senhor de Leiria para dar um mergulho. Soube que havia e apareceu aqui para mergulhar”,disse uns dias antes do evento.
Temperatura da água ronda os 10/12 graus
Com a centenária Ponte de Prado como pano de fundo, a tradição foi ganhando “raízes fortes na margem direita do Cávado”.
“Já se tornou numa tradição. Costumo dizer que ‘comigo ou sem migo’ isto vai acontecer sempre. As pessoas gostam, adoram e aderem a esta iniciativa”, refere, orgulhoso.
Mousinho diz que passa muito tempo junto ao rio Cávado na Vila de Prado, acrescentando que nada “todos os fins de semana”. Nesta época do ano, a temperatura da água ronda os 10/12 graus.
“Já conheço o rio como a palma da minha mão. Há quem invente que o rio tem problemas. É lógico que temos de ter cuidado com as correntes, mas o rio é muito calmo. Pode nadar-se para cima e para baixo. Quem souber nadar, não tem problemas”, sublinha o sexagenário.