Valença vai criar, até final do ano, um circuito e um centro interpretativo de arte rupestre, num investimento de 100 mil euros, para “valorizar um dos maiores núcleos no Noroeste Peninsular”, composto por mais de 115 exemplares.
Fonte autárquica, hoje contactada pela agência Lusa, explicou que o investimento a realizar até final do ano resultou de uma candidatura, já aprovada, ao PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural.
O projeto prevê, “em parceria com a empresa Ventominho – Energias Renováveis, a implementação de um circuito interpretativo e didático de visitação das gravuras identificadas no monte dos Fortes, na freguesia de Taião.
“Trata-se de criar a oportunidade para dar a conhecer este importante legado, tornando-o visitável a todo o público, nomeadamente o escolar, reforçando a oferta de turismo cultural e patrimonial do concelho”, sustentou a fonte.
Segundo aquela autarquia do distrito de Viana do Castelo, “em Valença foram descobertos 115 afloramentos rochosos, com gravuras”.
“Segundo especialistas da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, trata-se de um dos maiores núcleos da arte rupestre no noroeste peninsular”, especificou.
Naquele conjunto, segundo o município, “estão incluídas algumas das mais belas e importantes composições da arte rupestre atlântica, as quais foram classificadas como Imóvel de Interesse Público (IIP)”.
“Algumas das gravuras remontam à Idade do Bronze – Ferro (1800 a.C. – 218 a.C.), tendo sido identificadas, catalogadas, fotografadas e decalcadas pelo serviço municipal de arqueologia, no âmbito da Carta Arqueológica Municipal, em parceria com a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho”.
Os “115 afloramentos rochosos com gravuras estão distribuídos pelas freguesias de Verdoejo com 23, Taião com 15, Sanfins com 17, Ganfei com 24 e Gandra com 37”.
De acordo com a fonte autárquica, o “levantamento de todos os afloramentos rochosos foi iniciado há mais de quatro anos, tendo sido concluído no final de 2018″.
Na quarta-feira, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, a adesão de Valença à Rede Nacional de Arte Rupestre (RNART)”.
Aquela rede “tem por objetivo promover, valorizar e capacitar os recursos patrimoniais e humanos das entidades da rede, potenciar o impacto e a missão dos sítios detentores de arte rupestre e instituir mecanismos de partilha de recursos físicos e humanos”.
A rede “conta com o apoio técnico e cientifico da Fundação Coa Parque, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Faculdade de Letras da Universidade do Porto”.