Cidadãos preparam manifestação contra Águas do Alto Minho no dia 25 de abril

Águas do Alto Minho
Cidadãos preparam manifestação contra águas do alto minho no dia 25 de abril
Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO

Um movimento de cidadãos com origem na rede social Facebook anunciou esta sexta-feira que está a convocar uma manifestação cívica de protesto contra a empresa Águas do Alto Minho, pedindo a imediata reversão dos contratos com as sete autarquias do distrito de Viana do Castelo abrangidas pela nova firma.

Em comunicado enviado à imprensa, assinado pelo cidadão Mário Sousa, pode ler-se que a manifestação ocorrerá em frente às sete sedes de município (Arcos de Valdevez, Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Cerveira), a partir das 15:00 horas.

O representante afirma que estão “vários grupos de Facebook envolvidos nesta luta”, mas destaca o “Não às Águas do Alto Minho, Basta!” que já tem mais de 14 mil seguidores.

Destaca ainda a petição pública em curso que já vai em mais de 10.500 assinaturas, “embora faltará a confirmar se são todas legíveis”.

De acordo com o caderno reinvindicativo do grupo de cidadãos, a que O MINHO teve acesso, é pedida uma explicação para “os motivos pelos quais os autarcas decidiram ‘privatizar’ ou fazer uma ‘parceria público-público’ do seu Bem Essencial que é a água”.

“Se a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho podia ter criado a estrutura para a gestão das águas sozinha, qual a razão da entrada das Águas de Portugal no negócio?”, questionam.

Alertam ainda para a não realização de um referendo sobre esta matéria e que o projeto não foi divulgado corretamente pela população, tendo em conta “a envergadura” do mesmo.

“Se eram as Câmaras as detentoras da rede de águas, saneamento e dos resíduos sólidos, se foram elas que “entregaram” os clientes à nova empresa formada, qual a razão da Águas de Portugal ser a acionista maioritária?”, interrogam.

Sobre os erros, apontam “falhas sucessivas no atendimento, seja telefónico, presencial ou eletrónico”, “erros de faturação e também imensa dificuldade para ler e compreender as faturas”, “faturas entregues com datas de pagamento caducadas”, “cobranças após débitos diretos cancelados”, “aumento do valor total a pagar pelos serviços prestados”, “duplicação de cobrança de valores já pagos”, “atrasos na faturação com a consequente fatura amarela de retificação”, “demora na ligação de água e dificuldades no atendimento ao público”, “dúvidas sobre a legalidade da transmissão dos dados pessoais e contas bancárias”, “erros de cobrança nos contadores”, “alegado fraccionamento automático do pagamento em prestações de dívidas prescritas”, “consumos mínimos de 1m3 para quem não consome água e sem correção posterior”, “preços elevados nas faturas para quem tem consumos de 0m3” e “cedência de “trabalhadores temporários municipais” dada a incapacidade desta empresa para prestar este bem público essencial”.

“Considerando todos estes fatores exigimos a reversão por justa causa do negócio com a AdAM por falta de competência e salientamos que a água é um bem essencial e nunca se deverá tornar num negócio”, pedem os cidadãos.

A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.

Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Incidência sobe na maioria dos concelhos mas só famalicão está em risco

Incidência sobe na maioria dos concelhos mas só Famalicão está em risco

Próximo Artigo
Treinador do tondela acredita que o jogo com o moreirense depende de detalhes

Treinador do Tondela acredita que o jogo com o Moreirense depende de detalhes

Artigos Relacionados